Resumo

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A ESCRITA DA DOR: TESTEMUNHOS DA DITADURA MILITAR

FABRICIO FLORES FERNANDES

Orientador(a): Márcio Orlando Seligmann-Silva

Doutorado em Teoria e História Literária - 2008

Nro. chamada: T/UNICAMP - F391E


Resumo:
Esta pesquisa tem como objeto de estudo as obras testemunhais de Luiz Roberto Salinas Fortes, Retrato calado (1988), e de Flávio Tavares, Memórias do esquecimento (1999), em que os autores narram acontecimentos vividos durante os anos da ditadura militar no Brasil (1964-1985), entre os quais suas passagens por sessões de tortura. Exploram-se, neste trabalho, os motivos por que os relatos apresentam determinadas características estruturais, tais como a cisão do narrador ante a descrição de eventos de extrema violência, a incorporação de um interlocutor a quem o narrador se dirige, a aparente impossibilidade de ordenação cronológica dos fatos e a repetição de termos e construções sintáticas em um mesmo período. A hipótese interpretativa com a qual se trabalha é a de que semelhantes dispositivos, somados à evidência de que longo tempo transcorreu entre a vivência dos fatos e sua narração, indicam que esse narrador hesitante é vítima de experiências traumatizantes. Como forma de validação da hipótese, aborda-se uma série de trabalhos teóricos que versam sobre a relação entre o ato testemunhal e os traumas sofridos. Concomitantemente, no intuito de melhor compreender as condições de surgimento dos relatos, investigam-se textos de perpetradores, cujas visões sobre o período são diametralmente opostas às dos autores estudados aqui. Por fim, analisa-se minuciosamente a estrutura discursiva dos testemunhos de Salinas e Tavares, identificando nos relatos as dificuldades enfrentadas no ato de escrever a dor.

Palavras-chave: Autobiografia; Trauma; Ditadura militar - Brasil.

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