Resumo: Esta tese é escrita a partir das interrogações geradas pela clínica fonoaudiológica com crianças que apresentam o dito “retardo de aquisição de fala”. Essas interrogações incidem sobre a própria nomeação que tais casos recebem nessa área; sobre a prática fonoaudiológica e suas articulações com a Psicanálise; nas improvisações que também compõem o tempo de constituição de um sujeito falante. Os (a)casos com os quais a Fonoaudiologia se depara e se surpreeende no exercício de sua prática clínica impuseram esta escrita: não há criança sem fala; há crianças que exigem um tempo singular na sua constituição como falante. A clínica fonoaudiológica atua sobre os retardoS de fala, reconhecendo a pluralidade e a particularidade que está em cena no atendimento dessas crianças. Escutar no silêncio da criança uma fala que se improvisa e sustentar uma prática em um tempo outro da constituição dessa criança como falante é possível, quando se toma a interdisciplinaridade como fundamental na atuação clínica. São essas parcerias que permitem compassos no silêncio.
Palavras-chave: Fala; Silêncio; Crianças; Clínicas; Fonoaudiologia; Psicanálise.