Resumo: Os conceitos de sapientia e uirtus em Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.) permeiam grande parte de sua obra, sendo que, por vezes, encontram-se fortemente ligados: pode-nos parecer difícil pensar em uma pretensa relação de subordinação entre os conceitos de sabedoria e virtude em si mesmos; no entanto, o modo como ambos se conjugam na obra desse autor incita-nos a questionar se a meta final do homem é a virtude através da sabedoria, ou a sabedoria através da virtude. A filosofia estóica é bastante conhecida pelo fato de subjugar a lógica, e mesmo a física, à moral: como o próprio Sêneca apregoa, nada teria valor se não pudesse ser utilizado na vida prática. E, justamente no âmbito dessa, tais categorias são desenvolvidas nos escritos do estóico. Dessa forma, à primeira vista, tende-se a considerar que, para o filósofo, a sabedoria estaria subordinada à virtude. A pesquisa que realizamos dividiu-se em três etapas: a seleção e tradução de epístolas senequianas que expusessem sua concepção daqueles dois conceitos; a elaboração de notas explicativas; um estudo introdutório acerca da relação entre o ser sábio e a virtude, no contexto em que o filósofo se insere.