Resumo

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LUTA PELO DIREITO DE DIZER A LINGUA, A: A LINGUISTICA E O PURISMO LINGÜÍSTICO NA PASSAGEM DO SÉCULO XX PARA O SÉCULO XXI

MARINA CELIA MENDONÇA

Orientador(a): João Wanderley Geraldi

Doutorado em Linguística - 2006

Nro. chamada: T/UNICAMP - M523L


Resumo:
O tema desta pesquisa é a luta pela direito de dizer a língua, entendendo-se por dizer a língua um uso da palavra com poder de dizer, uma publicização do dizer. O interesse central é analisar os embates entre a lingüística e o senso comum que ocorreram no final do século XX e início do século XXI no Brasil, os quais tematizaram principalmente o ensino de norma culta e a restrição ao uso de estrangeirismos no país. Beneficiei-me dos estudos bakhtinianos utilizando o dialogismo como suporte para as análises feitas; neste campo teórico, a alteridade é constitutiva da subjetividade e é na dialogia que se dá a relação essencial entre o eu e o outro. Utilizei também a abordagem filosófica proposta por Michel Foucault, principalmente quando da reflexão sobre os micro-poderes que agem na mídia brasileira, em que dispositivos como produção de relevâncias em capas de revistas e citação de autoridades sobre língua ajudam a produzir o purismo lingüístico na passagem do século XX para o XXI. Encontrei, na mídia de referência, dois tipos de purismo, que chamei de purismo neoliberal e purismo nacionalista. Procedi a uma abordagem histórica do purismo nacionalista em gramáticas publicadas ao longo do século XX e em discursos de escritores românticos em meados do século XIX. Nas análises, aponto indícios de que o lugar de dizer a língua do escritor se constitui na relação com o purismo nacionalista e com o saber gramatical tradicional. Já os gramáticos, na luta para manter valorizado seu lugar de dizer a língua, mantêm um diálogo com a tradição gramatical purista e com a lingüística, de forma a modernizar os instrumentos lingüísticos. Os lingüistas, por sua vez, têm nas relações de ensino um espaço para dizer a língua – mostro a influência da lingüística nos PCNs e nos vestibulares em relação à textualidade e à variação lingüística. No entanto, sua palavra não tem projeção na mídia – nos embates diretos e indiretos com o purismo Neoliberal e o nacionalista, há a construção de simulacros dos sujeitos envolvidos, em que se produz no social a representação do lingüista descomprometido com o cidadão e com a cultura nacional.

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