Resumo

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DISCURSO DA ESTILISTICA NA HISTORIA DA PRODUÇAO GRAMATICAL E NA CONSTITUIÇÃO DA LÍNGUA NACIONAL, O

ELCIO ALOISIO FRAGOSO

Orientador(a): Eni de Lourdes Pulcinelli Orlandi

Doutorado em Linguística - 2006

Nro. chamada: T/UNICAMP - F842d


Resumo:
Filiando-nos ao quadro teórico da Análise de Discurso de linha francesa, nossa pesquisa constitui-se em um material em que se encontra de um lado, uma análise do discurso da estilística (sobre o estilo) na produção gramatical do final do século XIX, em relação ao processo de constituição da língua nacional e de outro, uma análise da estilística em relação aos estudos da língua portuguesa, no século XX. Partindo do discurso da estilística (sobre o estilo) na produção gramatical do final do século XIX, procuramos principalmente descrever dois processos diferentes, relativamente à constituição da língua nacional. O primeiro, refere-se ao discurso da estilística (sobre o estilo) enquanto um efeito de sentido que vai nos individualizar em relação à nossa língua. O segundo, trata-se de compreender o discurso da estilística (sobre o estilo) em relação à constituição de uma estilística da língua nacional (um campo de saber sobre a língua), isto é, buscamos descrever a estilística em relação a uma estilística da nossa língua. Como veremos esta estilística é definida enquanto algo individual. Desse modo, as alterações na sintaxe regular são remetidas à ênfase dada pelo indivíduo para dar mais força e vivacidade ao pensamento. Essa é a estilística que vai se configurar em nossas gramáticas. No caso, esta estilística é o modo que a gramática encontra de anular o que não estaria em sintonia com o seu discurso lógico, garantindo assim a sua hegemonia. Dessa forma, essas alterações dizem respeito ao estilo e não à língua, ao pensamento racional, à gramática. Estas alterações aparecem “domesticadas” pela noção de estilo. O estilo torna-se necessário para evitar que se visualize que a lógica gramatical não é uma “verdade absoluta”. A gramática delimita o estilo para compreender a língua. Por outro lado, este discurso sobre o estilo nessas gramáticas constitui-se em um esboço de um estudo do modo singular de falar e escrever a língua no Brasil. No entanto, é o discurso tradicional sobre o estilo que vemos se sobressair nessas gramáticas e que constituirá a referência para o desenvolvimento de um estudo (e do ensino) estilístico no Brasil. As gramáticas vão trabalhar com esta concepção tradicional de estilo. Ou seja, é esta concepção de estilo que vem “sobrevivendo” aos tempos pela tradição gramatical. Nessa direção, o ensino do estilo “combina” com o ensino da gramática. Mostraremos também outros estudos estilísticos realizados no Brasil que vêm de outras filiações (que não pela gramática tradicional). Ou seja, partindo do final do século XIX, em que procuramos descrever a relação entre o discurso da estilística e a gramática, no processo histórico de constituição da língua nacional, nosso trabalho seguiu em frente com a análise de algumas obras sobre estilística, no Brasil, no século XX, visando observar o desdobramento desta relação (entre o discurso da estilística e a gramática), apontando para uma independentização da estilística. E, para finalizar, queremos dizer que o discurso da estilística na produção gramatical do final do século XIX, mobilizava as figuras de sintaxe para realçar a materialidade lingüístico-histórica da língua nacional. Em outras palavras, o discurso da estilística de que estamos falando era fundamentalmente figuras de sintaxe. Portanto, procuramos caracterizar o discurso sobre o estilo nessas gramáticas. Que discurso é este, de que ele fala? Como veremos, ele vai mobilizar as figuras de sintaxe para o seu domínio.

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