Resumo

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MARKETING POLITICO SMERICSNO DA GUERRA FRIA, O

CIBELE MARA DUGAICH

Orientador(a): Eni de Lourdes Pulcinelli Orlandi

Doutorado em Linguística - 2005

Nro. chamada: T/UNICAMP - D878m


Resumo:
Este estudo apresenta uma reflexão sobre o discurso do Marketing Político americano da Guerra Fria centrada na mistificação da imagem do presidente John Fritzgerald Kennedy e na mídia como lugar de enunciação, a partir dos dispositivos teóricos da Análise de Discurso de escola francesa. A definição deste objeto de estudo se deu a partir de um longo percurso, no qual buscamos compreender o discurso fundador americano desde o processo de colonização da América, para discutirmos como funciona a própria discursividade americana no processo de heroicização e mistificação da nação, como uma marca mitologizada do discurso imperialista americano que constrói e preserva a própria hegemonia americana. O corpus analisado é constituído pelo discurso do Marketing Político americano da Guerra Fria, que trabalhou a imagem de John F. Kennedy de 1946 a 1963 e que teve a mídia como um dos seus principais lugares de enunciação. Concentramo-nos muito mais nos discursos sobre Kennedy que no discurso de Kennedy, bem como no discurso que fala do país e do povo. Complementa a análise deste estudo uma leitura do retorno à imagem mistificada e mitificada de Kennedy nos discursos do Marketing Político americano e brasileiro. Para cumprir o objetivo deste estudo, observamos a discursividade americana e as circunstâncias de enunciação constitutivas do discurso do Marketing Político americano da Guerra Fria; refletimos sobre funcionamento do discurso do Marketing Político a partir da própria ideologia de marketing, bem como sobre o Marketing Político americano do século XX; discutimos a mídia na sua relação com o Marketing Político e como enunciadora do discurso do Marketing Político. Ao final, analisamos o discurso dos debates políticos entre John F. Kennedy e Richard Nixon em 1960, na medida em que esses debates são entendidos como precursores desse tipo de programação em momentos eleitorais. Assim, a partir de uma reflexão sobre a imagem mistificada e mitificada de John F. Kennedy, do seu discurso, dos discursos sobre ele, sobre o povo americano e sobre os Estados Unidos, enunciados de diferentes lugares de enunciação e por diferentes enunciadores, concluímos que o discurso fundador americano legitima o sujeito americano a pensar-se “escolhido por Deus”, conforme define o primeiro enunciado do documento Destino Manifesto de 1630. Esse lugar de enunciação concretiza o discurso maniqueísta que sustenta toda discursividade americana que, no processo de conflito político entre o bloco socialista-comunista e o bloco capitalista representados pelas duas potencias mundiais, URSS e USA, respectivamente, deu origem ao discurso da Guerra Fria. Este percurso permite-nos compreender que a imagem mistificada de John F. Kennedy serviu aos propósitos do discurso do Marketing Político americano da Guerra Fria como efeito de retórica, na medida em que sua imagem preencheu a necessidade de uma liderança política pronta a inaugurar o discurso da modernidade que se fazia necessário no início dos anos 60

Palavras-chave: Analise do discurso; Marketing politico; Guerra fria; Imprensa e politica.

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