Resumo

Versão para impressão
HIPOTESE FUNCIONAL PARA (A)PRAXIA NO CURSO DA DOENCA...

CLAUDIA HELENA CERQUEIRA MARMORA

Orientador(a): Maria Irma Hadler Coudry

Doutorado em Linguística - 2005

Nro. chamada: T/UNICAMP - M345h


Resumo:
Esta tese tem como proposta discutir o processo que conduz às modificações funcionais relacionadas à práxis humana durante o curso demencial na Doença ou Demência de Alzheimer (DA), sob uma perspectiva funcional do sistema nervoso e vincula-se à Neurolingüística discursiva, perspectiva em que se assenta a prática clínica com a linguagem aqui em foco. Alinhada a tal proposta, preconiza-se a eleição de procedimentos terapêuticos no campo da Fisioterapia que contemplem o tratamento de sujeitos/pacientes com demência. Inserida em uma perspectiva cognitiva, esta tese apresenta duas correntes que influenciaram inicialmente seu percurso teórico: a Neuropsicologia soviética e a Neurolingüística discursiva. Na primeira, toma-se, como principal referência, o conceito de sistemas funcionais complexos formulado por Alexander R. Luria, sobre o funcionamento cerebral dinâmico, integrado e plástico do cérebro. Na segunda, toma-se a linguagem como o elemento simbólico crucial que norteia as demais funções cognitivas (memória, percepção, praxia, atenção, etc.). Essa Neurolingüística é baseada em uma concepção de linguagem como atividade constitutiva historicamente concebida, abrangente e pública. Decorrem de tais influências, posições teóricas que levam em conta do papel central da cultura e da linguagem na evolução psíquica ou cognitiva ao longo da história humana. Consideramos inicialmente que a DA não pode ser explicada unicamente por fenômenos anátomo-orgânicos e que fatores sociais, culturais e históricos intrínsecos ao curso de vida podem influenciar e determinar a progressão da doença. Portanto, as lembranças e os esquecimentos são também partes integrantes não só da doença, mas também da vida dos sujeitos com demência. Posto isso, a hipótese desta tese é que o resgate da memória individual e coletiva por meio da linguagem, presente na história pessoal e social, ajuda a (re)construção da memória no curso demencial. Através da linguagem em funcionamento e como sistema simbólico de representações e de significações, mantêm-se vivas as relações do sujeito com o mundo e com o outro. Assim também se mantém a função práxica. O corpus da pesquisa foi obtido nas sessões de acompanhamento fisioterapêutico longitudinal, no interior do projeto de pesquisa: "Acompanhamento fisioterapêutico longitudinal de sujeitos com demência (Doença de Alzheimer): análise de processos práxico-cognitivos" CDP/Propesq: 039/02 do Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), vinculado ao "Projeto Integrado de Pesquisa em Neurolingüística avaliação e banco de dados" (CNPq: 521773/95-4), sendo seu objetivo a investigação da função práxica no curso demencial em um grupo de sujeitos com diagnóstico de DA, em estado inicial e intermediário, acompanhados durante 12 meses. Os dados foram videografados e transcritos. Os expedientes metodológicos utilizados para avaliar a condição cognitiva e funcional dos sujeitos foram entrevistas individuais, uma avaliação fisioterapêutica e o questionário de declínio cognitivo do idoso (IQCODE). Os resultados mostram a importância dos príncipíos teórico-metodológicos desse tipo de intervenção fisioterapêutica, baseada na vivência da interlocução, com foco na gestualidade e na construção do sentido no campo da Fisioterapia.

. Rua Sérgio Buarque de Holanda, no 571
Campinas - SP - Brasil
CEP 13083-859

...

IEL - Based on Education theme - Drupal Theme
Original Design by WeebPal.