Resumo: O objetivo desta dissertação é discutir caracte´ristica lingüística de um fenômeno que tem recebido pouca atenção dos estudos da Áarea de Neuropsicologia e Neurolíngüística: o automatismo, tal fenômeno tem sido definido como emissão de enunciados estereotipados e repetitivos que podem ser produzidos tanto através de formas lexicalizadas da língua como através de formas não-lexicalizadas. De acordo com os poucos estudos neuropsicológicos que tratam do tema, o automatismo seria, em geral, a únicac forma possível de produção oral dos sujeitos ditos "monofásicos", prodição esta caracrerizada ainda por uma grande salência prosódica. No entanto, esta saliência característica do fenômeno não é tida como tentativa de produção de significação, sendo considerado inconsciente, maquinal, involuntária. Essa postura dos estudos é contestada aqui por impossibilitar, dentra outras coisa, o questionamento sobre a interação dos níveis lingüístico no processamento da linguagem não somente em contexto patológico como também em contexto "normal", assim como impossibilita uma refçlexão sobre aspectos lingüístico-cognitivos envolvidos nesse processamento. Dessa forma, esste estudo descreve e postula as característica lingüística do automatismo a partir de uma enunciativa, tendo em vista a análise longitudinal de dados do sujeito CF, que frequenta o Centro de Convivênciaa de Afássicos (CCA), no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), da UNICAMP, numa tentativa de confirmar a expectativa de que as condições de enunciação alteram a qualidade de produção dos automatismos.