Resumo: Discuto episódios da história de um sujeito diagnosticado com inteligência limítrofe através da utilização do teste WAIS (Weschler Adult Intelligence Scale). O sujeito da pesquisa é LF, uma jovem de 20 anos que trazia na sua história diagnósticos de profissionais das áreas de psicologia, fonoaudiologia e neurologia que atestavam: déficit de aprendizado, leitura ruim e escrita com problemas, dentre outros. Os limites já haviam sido apontados, mas as possibilidades do indivíduo ainda não tinham sido enxergadas. Para me contrapor a tal diagnóstico, discuto a produção discursiva de LF, a qual revela sua incursão por vários gêneros discursivos ligados ao domínio social da comunicação, voltados para a documentação e memorização da ação humana e para a representação escrita das experiências vividas por LF, situadas no tempo e marcadas pela subjetividade. Os dados apontam que a maneira como este sujeito elabora hipóteses sobre a língua escrita não expressa, absolutamente, déficit cognitivo.