Resumo

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PASSAR PELO ESCRITO

JOSE GUILHERMO MILAN-RAMOS

Orientador(a): Nina Virgínia de Araújo Leite

Doutorado em Linguística - 2005

Nro. chamada: T/UNICAMP - M589p


Resumo:
A presente tese, PASSAR PELO ESCRITO, é um percurso por certas encruzilhadas, por certas questões-chave da experiência de linguagem que presentifica a prática de teorização-transmissão que realizou o psicanalista francês Jacques Lacan – nas modalidades básicas de ditado de seminários e publicação de escritos, isto é, colocando em jogo o dizer e o escrito. A experiência eletiva que tentamos recuperar e fazer presente aqui é a subjetivação da letra teórica – da escrita teórica – psicanalítica através da leitura de Lacan: partimos do pressuposto de que o “estilo” de Lacan convoca o leitor a uma experiência radical de subjetivação. Essa experiência de leitura, o desconforto e a exposição subjetiva que produzem as incessantes parodias metalingüísticas lacanianas, a insistência do contato com a linguagem freudiana e os traços de estilo lacanianos que definem o contorno-“borda” dos conceitos da psicanálise – os conceitos-furo “mordidos de Real”, os conceitos que o leitor “quer compreender”: inconsciente, Real-impossível, gozo, desejo, sujeito, objeto pequeno a, escrito, dizer, verdade... –, enfim, essa experiência de leitura-implicada-de-desejo orienta o sujeito-teórico-leitor na direção do Real, reduz o sujeito a uma experiência de ex-timidade com seu objeto, constitui as condições de possibilidade do sujeito no seu próprio ato de ler-teorizar-decifrar-inventar o objeto (“o inconsciente é estruturado como uma linguagem”; “o inconsciente é linguagem”; “o Real é o escrito”; “um significante representa um sujeito para outro significante”; “não há metalinguagem”; “a invenção é o escrito”; “a verdade tem estrutura de ficção”; “o pensamento teórico é inconsciente”...), dando lugar à singular experiência de castração-subjetivação que chamamos aqui passar pelo escrito, orientada na direção do Real. Com esse objetivo, realizo um percurso pelo modo como a ciência moderna e a psicanálise organizam os conceitos e a escrita da teoria, estabelecendo relações com a questão da emergência do sujeito do desejo/ sujeito da ciência (capítulo 2); realizo um estudo de como a questão da origem se coloca para alguns campos de saber (a psicanálise, em particular), em relação à referida questão do sujeito (capítulo 3); e realizo uma leitura do Seminário 21, Les non-dupes errent, de Jacques Lacan: “caixa de ressonância” das questões colocadas anteriormente (capítulo 4).

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