Resumo

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ANALISE DE ENUNCIADOS DEFINICIONAIS NA INTERACAO..., UMA

VANESSA ALVES PINTO

Orientador(a): Rosa Attie Figueira

Mestrado em Linguística - 2004

Nro. chamada: T/UNICAMP - P658a


Resumo:
A presente dissertação buscou verificar como se constroem as primeiras definições na fala de uma criança de 2;8 a 4;2 anos de idade. A delimitação do corpus nos fez perceber a importância de analisar não só os enunciados da criança, mas também os adultos, no sentido de compará-los no que diz respeito ao conteúdo, forma e estrutura lingüística utilizada. Além disso, não pudemos deixar de considerar aqueles dados que a construção da definição se dava de forma conjunta, ou seja, em que ela se estruturava durante a interação através da contribuição dos dois interlocutores (criança e adulto). Pudemos perceber que as definições produzidas em contextos naturais de interação, tanto pela criança quanto pelo adulto, assemelham-se em relação aos três aspectos apontados acima. Quanto ao conteúdo, predomina o aspecto funcional, tanto nas definições da criança quanto nas do adulto, confirmando resultados de várias pesquisas, com outras faixas etárias, em torno do tema da definição. O aspecto descritivo apresenta um uso restrito, tanto para a criança quanto para o adulto, e a exemplificação se faz muito mais presente na fala do adulto, o que, em nossa visão, justifica-se porque este ultimo percebe que a exemplificação , por fazer uso de fatos e/ou ações ligados ao cotidiano da criança, torna mais fácil a assimilação da informação a ser transmitida. Com relação à forma das definição convencional. Isso leva à conclusão de que o adulto não parece preocupado em fornecer à criança os recursos necessários para a produção de uma definição convencional, mas simplesmente em ampliar-lhe o conhecimento de mundo e, em conseqüência, de língua. No que diz respeito à estrutura lingüística, os dados evidenciaram que a estrutura "preposição + verbo no infinitivo" é a mais usual para a indicação de função enquanto a estrutura "pronome relativo + verbo na terceira pessoa do singular" parece servir tanto para a expressão do aspecto funcional quanto do descritivo. A estrutura "É + quando" evidenciou-se como a mais efetiva para exemplificação. A sessão de análise das definições conjuntas mostrou-se a mais produtiva para este trabalho, pois possibilitou confirmar muitas das conclusões já obtidas a partir da análise dos enunciados da criança e do adulto, na primeira e Segunda seções de análise. Além disso, disso foi possível perceber uma mudança de postura do adulto, já que, quando este se coloca no papel de fornecedor da definição, como nos enunciados definicionais da Segunda seção de análise, não parece preocupado em explorar o conhecimento da criança e levá-la, por si mesma, à produção da definição. Por outro lado, nas definições conjuntas, pudemos verificar que o adulto se coloca no papel daquele que deve confirmar o que julga correto, ou fornecer algumas "pistas" para que a criança chegue à definição desejada. Estas pistas podem correr através de insistentes perguntas, tom de estranhamento diante de uma informação que julga inadequada ou não aceitação desta. Muitas vezes, o adulto não só confirma uma definição da criança, mas também a complementa quando julga necessário. Estas atitudes do adulto evidenciam sua preocupação em valorizar o conhecimento que a criança já possui e, ao mesmo tempo, em ampliá-lo.


Palavras-chave: Aquisição de linguagem, Crianças, Definição, Interação adulto - criança.

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