Resumo: A proposta deste trabalho é efetuar um estudo de caso do auto Na festa de São Lourenço (ca. 1583), no sentido de identificar tópicas retórico-político-teológicas que alinhem esta prática jesuítica à implantação de um projeto colonial português no Brasil quinhentista. Para tal, pressupomos que a escrita jusuítica atua como um dispositivo colonizador que, ao controlar o tempo e a memória, produz corpos integrados ao projeto português de fundação da cidade cristã no Brasil. Para efetuar este estudo, utilizaremos outros textos tais como cartas, Flos Sanctorum relatos, o poema épico, também atribuído a Anchieta, De rebus gestis Mendi de Saa (1563), entendendo o auto, assim como as práticas textuais jesuíticas, como uma espécie de 'fundação escriturária' da cidade do Rio de Janeiro.