Resumo: O Modernismo brasileiro apresenta nuances ainda desconhecidas e pesquisadores têm se debruçado sobre fontes primárias, na tentativa de conhecer as formas de concepções que o referido movimento possa ter tido em várias regiões do Brasil. Esta pesquisa, portanto, objetiva trazer dados mais precisos sobre a manifestação do Modernismo na Bahia. Para tanto, foi privilegiado como objeto imprescindível de pesquisa a revista de variedades A Luva (1925-1932), por fornecer um número extenso de textos de criação, aspectos gerais da sociedade baiana da época, - que permitem a compreensão das concepções artísticas reinantes naquele espaço - bem como apresenta colaboradores que trabalharam para a renovação das letras no Estado. A linha diretriz do presente trabalho é o tradicionismo dinâmico divulgado em diversos periódicos da década de 1920, pelo crítico literário e poeta Carlos Chiacchio (1884-1947). Este escritor angariou um séqüito de jovens intelectuais baianos interessados na renovação artística, sem o desprezo, segundo rezava a teoria tradicionista dinâmica, do melhor das fontes nacionais, da tradição. Desta forma, aliados à crítica daquele mentor do Modernismo na Bahia, produções literárias publicadas em A Luva serviram como elementos de análise para a compreensão das discussões referentes ao futurismo e dos valores prezados naquele Estado. Valores estes que permitiam uma diferenciação da ocorrência do movimento baiano em relação a de outras partes do país.