Resumo

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POESIA DE AGUDEZA EM PORTUGAL

MARIA DO SOCORRO FERNANDES DE CARVALHO

Orientador(a): Cláudia Hilsdorf Rocha

Doutorado em Teoria e História Literária - 2004

Nro. chamada: T/UNICAMP - C253p


Resumo:
Esta pesquisa tem como objetivo evidenciar o procedimento retórico-poético da agudeza como efeito que especifica a poesia lírica seiscentista de Portugal, por um lado, como imitação da poesia antiga e, por outro, como poesia que admite metáforas agudas compostas segundo o engenho e a arte do discurso poético coevo. Os gêneros poéticos vários são ali definidos pela suavidade e jocosidade com que amplificam afetos e lugares-comuns que compõem as convenções da poesia do elogio e do vitupério, gêneros mais abrangentes das modalidades líricas. O corpus poético da tese tem como espelho editorial as antologias Fênix Renascida e Postilhão de Apolo, sem prejuízo de outras antologias de interesse. Os principais conceitos teóricos da tese são assim definidos pela leitura de importantes artes poéticas e retóricas do período elegido, preceitos igualmente conhecidos do público cortesão e discreto dessa poesia. O estilo mediano da lírica se apresenta em função do gênero em que o poema é composto. A metáfora, artifício de linguagem mais propício à expressão das semelhanças encontradas pelo poeta, é aqui considerada modelo eminente da agudeza por favorecer o conceito, imagem formada no pensamento. A poesia lírica seiscentista mantém como finalidade primordial o deleite do interlocutor (maravilha), condicionado por uma noção precisa de decoro que reivindica também o fim de proveito à poesia culta do século XVII contra-reformado. Assim, a metáfora aguda da poesia seiscentista em Portugal realiza a ação poética de maior amplificação das noções de decoro e verossimilhança que a tradição do gênero lírico comportou como poesia de imitação.

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