Resumo

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LINGUAGEM COMO DISCURSO: IMPLICACOES PARA AS PRATICAS DE AVA

LIVIA SUASSUNA

Orientador(a): João Wanderley Geraldi

Doutorado em Linguística - 2004

Nro. chamada: T/UNICAMP - Su12L


Resumo:
ORIGEM E OBJETIVO: Esta pesquisa partiu de dados gerados pelo Núcleo de Avaliação e Pesquisa Educacional da Universidade Federal de Pernambuco (NAPE-UFPE), onde se desenvolve um projeto interinstitucional de avaliação de redes e sistemas escolares, no contexto geral do debate contemporâneo sobre a melhoria da qualidade do ensino. O objetivo geral do estudo é discutir fundamentos e práticas de avaliação, a partir da concepção de linguagem enquanto discurso, apontando possíveis indicações e desdobramentos para a didática da língua portuguesa, o currículo e a formação de professores. REFERENCIAL TEÓRICO: A investigação, de cunho eminentemente qualitativo, está ancorada numa síntese das teorias enunciativa, discursiva, sociointeracionista e pragmática da linguagem. Assim sendo, na apreciação dos dados, valemo-nos de categorias analíticas como enunciador e co-enunciador, atos de linguagem, cenografia discursiva, lugares sociais, interdiscurso, dialogismo, interação, condições de produção do discurso, entre outras. No campo da avaliação, adotamos a perspectiva segundo a qual avaliar significa não classificar, medir, gerar escalas, e sim interpretar dados, construir significados, produzir e fazer circular discursos. METODOLOGIA: Analisamos os resultados do teste aplicado em 1997, quando se avaliou a 5a série do ensino fundamental. Foi utilizado o paradigma indiciário, pondo-se em relevo dados singulares e episódicos, tomados como indícios da relação que os alunos estabelecem, no interior da escola, com a linguagem enquanto objeto de conhecimento. Como nesse ano foram aplicados três cadernos de testes, adotamos três perspectivas distintas de análise: no primeiro caderno, atentamos para os dados quantitativos, fazendo deles uma leitura qualitativa e indicando diferentes possibilidades de interpretação daquilo que mostram os números, os índices e as estatísticas; no segundo caderno, buscamos identificar algumas formas de representação/constituição do sujeitos-alunos em suas respostas à questão aberta de produção de texto; no terceiro, optamos por sugerir seqüências didáticas a partir das escritas dos alunos, considerando que a avaliação permite identificar necessidades e possibilidades de aprendizagem, como também reorientar o trabalho do professor. RESULTADOS/CONCLUSÕES: Os resultados indicaram que textos e formulações que, em princípio, poderiam parecer uma resposta descabida ao que fora solicitado nos enunciados das questões se explicam pelo modo de inserção do sujeito-aluno na dinâmica do discurso escolar. Isso sugere que o processo de avaliação da aprendizagem, muito mais do que simples verificação quantitativa de rendimento, configura-se como um processo discursivo de alta complexidade, a exigir dos educadores a mobilização de novos mecanismos de escuta/interpretação e de mediação pedagógica.

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