Resumo: Esta tese enfoca um dos cem aldeamentos indígenas Makuxi Brasileiros, A Maloca da Raposa, e tem como objetivo descrever e discutir a construção de identidades na sua relação com as línguas presentes na comunidade, o makuxi e o português. O foco central de análise é a escola, mas outras fatias da comunidade, como igrejas e associação de artesanato feminino, também são consideradas; assim como a sociedade circulante próxima, boa vista, a capital do Estado de Roraima. Os registros foram coletados dentro da perspectiva etnográfica (Erickson, 1989), a partir da elaboração de diários de campo, gravações de aulas em aúdio e entrevistas. A análise os transformou em dados que foram entrecuzados, visando suas confirmações ou contestações. Inicialmente, é apresentada a história de contato dos makuxi e a descrição etnográfica da maloca da raposa, em seguida, a educação escolar é entendida a partir da análise da construção de projetos educacionais indígenas; o perfil sociolinguístico da comunidade é traçado; a aula de língua indígena é caracterizada em termos de abordagem de ensino; e, por fim, as línguas e culturas envolvidas são consideradas no processo de construção de identidades. No decorrer da análise, alguns conceitos básicos são discutidos, como: bilinguismo, educação bilíngue, diglossia, conflito linguístico, atitude, identidade e cultura. O ponto central da tese é a discussão do que é "falar" para os makuxi da raposa. Como expectativa, este trabalho almeja provocar o aprofundamento das questões pontuadas, buscando preencher uma lacuna existente em termos de diagnósticos precisos, que sirvam de base téorico-práticas para viabilizar planejamentos educacionais coerentes com a realidade e anseios das minorias linguísticas, neste caso, os makuxi da raposa.