Resumo

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NOVA LIMGUA DO IMPERADOR, A

RONALDO TEIXEIRA MARTINS

Orientador(a): Rodolfo Ilari

Doutorado em Linguística - 2004

Nro. chamada: T/UNICAMP - M366n


Resumo:
Este texto aborda, de uma perspectiva principalmente lingüístico-filosófica, a Universal Networking Language (UNL), língua de representação do conhecimento que vem sendo utilizada, no âmbito de projetos multilaterais coordenados pela UNDL Foundation, para o desenvolvimento de sistemas computacionais de recuperação de informação e de tradução automática. Analisa-se, no texto, o estatuto e a estrutura da UNL, cujos enunciados constituem um hipergrafo, em que nodos, referidos como Universal Words, representam conceitos, e os arcos entre nodos, chamados Relation Labels, descrevem relações semânticas orientadas entre pares de conceitos. Adicionalmente, os nodos e hipernodos, no grafo UNL, podem ser modificados por atributos, os Attribute Labels, que introduzem informação de natureza contextual. Defende-se que, embora seja formalmente equivalente a outras redes semânticas, a UNL compreende propriedades distintivas que lhe asseguram maior poder expressivo e mesmo a possibilidade de figurar eficazmente como língua-pivô em sistemas de tradução automática baseados em interlíngua. Salientam-se, entre as propriedades distintivas da UNL, a autonomia, a abrangência, a transparência e a funcionalidade. Do ponto de vista da autonomia, a UNL é uma língua intensional, analítica, auto-referenciada, sem significância empírica, cujo objeto de representação é a UNL Knowledge Base (UNL KB), que constituiria o repositório onde estariam cadastradas todas as relações que se podem estabelecer entre pares de conceitos. Esta auto-suficiência, ao mesmo tempo em que instrumentalizaria a UNL para o processamento computacional e para o cálculo semântico, não a impediria de interpretar outras línguas externas, em virtude da abrangência da UNL KB, que constituiria um simulacro do Real, ou a soma de todos os mundos aos quais as línguas naturais podem se referir. A referência, no caso da UNL, seria feita por meio de uma sintaxe não-ambígua, que evitaria que se estabelecesse a opacidade característica das línguas naturais, assegurando, desta forma, precisão ao processo de análise e de geração. Adicionalmente, a UNL seria também funcional, na medida em que sua configuração computacional não sacrificaria sua versatilidade, e sua legibilidade seria conservada por recurso mnemônico ao vocabulário da língua inglesa. Em que pesem as virtudes, observam-se, no entanto, vários problemas relativos à utilização de UNL em sistemas de tradução automática, alguns dos quais superáveis por meio de adaptações no corpo da especificação. Entre eles está o fato de que, ao eleger a sentença como unidade de processamento e de representação, a UNL termina por sub-representar fenômenos de natureza transfrasal, sem cuja consideração o processo de tradução fica seriamente comprometido. As principais restrições, no entanto, dizem respeito à dialetação da língua e ao próprio escopo da tradução. No primeiro caso, observa-se que os signos de UNL vêm sendo interpretados e empregados de forma divergente pelos vários grupos envolvidos, restringindo, portanto, a suposta autonomia do processo de tradução entre UNL e língua natural. Por fim, observa-se que a UNL opera com uma concepção de tradução que se tem revelado principalmente ingênua, produzindo, em lugar de tradução, uma fantasia de tradução, a mesma que tem impedido, aos sistemas de tradução automática, que venham efetivamente a constituir uma alternativa ao tradutor humano.


Palavras-chave: UNL, Tradução Automática, PLN.

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