Resumo

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TRANSPOSICAO ERUDITA DA BARBARIE: ASPECTOS DA SEMANTICA...

FERNANDA MUSSALIM GUIMARAES LEMOS SILVEIRA

Orientador(a): Sírio Possenti

Doutorado em Linguística - 2003

Nro. chamada: T/UNICAMP - Si39t


Resumo:
Nesta tese, pretendemos verificar de que modo se deu a constituição do discurso modernista no Brasil, a partir da análise de artigos publicados na imprensa brasileira entre os anos de 1917 e 1929. Para proceder à análise, iremos nos valer do conceito de semântica global que Maingueneau apresenta em Genèses du discours (1984). No primeiro capítulo, abordaremos questões referentes à constituição da Análise do Discurso, a fim de discutir em que medida e de que maneira a problemática da objetividade científica foi incorporada por essa disciplina, e quais as implicações decorrentes de um posterior abandono desse projeto de cientificidade. O intuito dessa discussão é justificar nossa escolha do modelo teórico-metodológico pautado em uma semântica global, tal como nos propõe Maingueneau. No segundo capítulo, devido ao fato de o surgimento do Modernismo no Brasil estar estreitamente ligado a um movimento mais amplo de renovação estética que ocorreu no mundo todo, buscaremos reconstituir, minimamente, as condições de surgimento de uma nova concepção de arte que surge em função da construção de uma nova forma de compreender a relação entre o homem e o mundo, bem como a relação do homem consigo mesmo. No terceiro capítulo, a questão das condições que propiciaram o surgimento do Modernismo no Brasil será apresentada a partir de um outro enfoque, abordando, mais especificamente, as condições históricas brasileiras que possibilitaram o surgimento do discurso modernista no país. O nacionalismo será um dos tópicos fundamentais deste capítulo. No quarto capítulo, o intuito é mostrar o modo de funcionamento do discurso modernista em constituição no campo discursivo da arte. Nossa hipótese, centrada no modelo de semântica global de Maingueneau (1984), é que o filtro semântico desse discurso organiza-se sobre dois semas centrais - o nacionalismo e a subjetividade -, em função dos quais o discurso organiza seu optimum semântico, que materializa o núcleo da doutrina modernista. No quinto capítulo, abordaremos aspectos relacionados à materialidade discursiva, no intuito de mostrar que o modo de funcionamento do filtro semântico do sistema de restrições do discurso modernista sustenta-se sobre uma base lingüística: o discurso modernista estabelece, com os outros discursos com os quais trava embates, relações de concessão, negação e denegação, verificáveis na estruturação sintática desse discurso. No capítulo 6, faremos alguns apontamentos (o capítulo tem um caráter de apêndice) a respeito da discussão em torno da existência ou não de uma variedade lingüística brasileira, separada da variedade de Portugal. Neste capítulo, retrocederemos até o ano de 1824, a fim de traçar a trajetória de discussão realizada no país em torno dessa questão, desde as primeiras manifestações a esse respeito, até os modernistas.

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