Resumo: Este estudo propõe investigar a formação da Inconfidência Mineira no imaginário do Oitocentos, buscando compreender como se deu a articulação do episódio em formas narrativas e poéticas, fundadoras de mitos e aspectos do nacional. Examinam-se, portanto, as primeiras apropriações historiográficas e principalmente ficcionais da matéria histórica, à luz das noções de ciência e arte literária correntes no século XIX ,identificando, nas séries discursivas (historiografia e literatura), as preceptivas de seu tempo, de exigente nacionalismo. Entre os textos sobre a inconfidência analisados, incluem-se, entre outras, obras de Joaquim Norberto de Sousa Silva, Tomás Antônio Gonzaga, Teixeira e Sousa, Castro Alves, Pereira da Silva, Bernardo Guimarães, Machado de Assis. A partir da periodização desses discursos, é possível traçar, no Oitocentos, a evolução de um caminho narrativo e simbólico sobre a conspiração de 1789 que, num primeiro momento, serve à invenção de uma tradição para o Império, e, num segundo, lastreia a genealogia de uma república emergente, revelando, assim, os instrumentos ideológicos na (re)construção do passado
Palavras-chave: Literatura brasileira - Historia e critica, Romantismo (Literatura) - Brasil