Resumo

Versão para impressão
NASALIDADE EM MEBENGOKRE E APINAYE: O LIMITE DO VOZEAMENTO S

ANDRES PABLO SALANOVA

Orientador(a): Maria Bernadete Marques Abaurre

Mestrado em Linguística - 2001

Nro. chamada: T/UNICAMP - Sa31n


Resumo:
Esta tese tem uma dupla finalidade. Em primeiro lugar, ela se propõe a descrição dos sistemas fonológicos de duas línguas Jê setentrionais bastante próximas entre si: Mebengokre (língua das nações Xikrin e Kayapó) e Apinayé (língua da nação homônima). Em segundo, propõe-se a discutir de maneira critica a própria noção de sistema fonológico, mostrando como certos fatos que nos estudos descritivos são normalmente tratados como "processos fonológicos" divorciados do sistema (pensado às vezes como mero inventário), dizem respeito às oposições constitutivas do sistema fonológico. Para exemplificar estas idéias, nos detemos em certos processos que envolvem nasalidade e vozeamento nestas línguas. Uma das diferenças mais nítidas entre a fonologia do Mebengokre e a do Apinayé diz respeito ao comportamento das consoantes "nasais": no primeiro sistema, as consoantes nasais contrastam claramente com oclusivas sonoras. Em Apinayé, ao contrário, consoantes plenamente nasais e consoantes oclusivas sonoras com contornos nasalizados estão em distribuição complementar. Em um primeiro momento, argumentamos que representar as consoantes de contorno como tendo especificação de [nasal] nos leva a certos constrangimentos (a nasalidade teria, nestes segmentos, comportamento absolutamente "passivo", recuando inclusive diante de [-nasal], e por isso optamos por uma representação na qual a nasalidade pode ser um epifenômeno da implementação do vozeamento soante. Alguns fatos do Apinayé, no entanto, sugerem que, pelo menos os segmentos de coda não podem ser caracterizados simplesmente como "soantes não especificados para nasalidade": um destes fatos é a permanência de uma transição nasal breve entre segmentos orais após o desligamento de uma destas consoantes. Esta tese dá continuidade a algumas das reflexões colocadas por primeira vez em D'Angelis (1998) em relação a outras línguas do tronco Macro-Jê. A discussão sobre a noção de sistema fonológico se inspira no estruturalismo do Círculo Lingüístico de Praga; desenvolvimentos posteriores são pensados sempre à luz das intuições de Trubetzkoy (1939). Entre as reflexões mais recentes em tomo da representação das nasais, levamos em conta aqui principalmente os trabalhos de SteIiade (1993) e Piggott (1992)


Palavras-chave: Lingua apinaye - Fonetica , Nasalidade (Fonetica) , Indios - Linguas

. Rua Sérgio Buarque de Holanda, no 571
Campinas - SP - Brasil
CEP 13083-859

...

IEL - Based on Education theme - Drupal Theme
Original Design by WeebPal.