Resumo

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ERROS NA AQUISICAO DA FLEXAO VERBAL: UMA ANALISE...

IRANI RODRIGUES MALDONADE

Orientador(a): Rosa Attie Figueira

Doutorado em Linguística - 2003

Nro. chamada: T/UNICAMP - M293e


Resumo:
O presente trabalho buscou interpretar os erros de flexão verbal na fala de M de 1;07.23 a 3;04.30 à luz da teorização desenvolvida por De Lemos (1982 a 2002). Foram enfocados tantos os verbos regulares quanto os irregulares. Algumas descrições sobre os verbos irregulares e os paradigmas verbais do português foram apresentadas no Capítulo 2. As explicações oferecidas para a irregularidade verbal são variadas. Alguns autores recorrem ao latim para recuperar a evolução de um item verbal na língua. Muitas das irregularidades do radical do verbo relacionam-se de fato às transformações fonéticas sofridas pelo item. Observou-se que a divisão entre as conjugações, no pretérito perfeito, se dá entre a primeira conjugação e outra, formada pela junção da segunda e terceira conjugações. A realidade é que as descrições existentes concebem a língua como um produto e não como um processo, que é o que se busca contemplar em aquisição da linguagem. No terceiro Capítulo foram resenhados trabalhos importantes sobre a aquisição da flexão verbal na literatura. Em primeiro lugar, abordou-se o conexionismo, modelo teórico que centra suas discussões na aquisição dos verbos irregulares do inglês. No Capítulo 4, o quadro teórico e a análise dos dados são apresentados. Os erros flexionais encontrados na fala de M indicam uma dominância da segunda e terceira conjugações. Mas apenas responder sobre a prevalência de uma das classes de conjugação representa abordar a questão parcialmente, pois o processo de aquisição da linguagem é um processo de subjetivação em que o sujeito e a linguagem formam uma unidade. As mudanças (lingüísticas e subjetivas) que se dão ao longo do processo de aquisição da linguagem são mudanças de posição em uma estrutura, em que comparecem: o outro, a língua e o próprio sujeito. O recorte para a análise dos dados foi oferecida pelo modelo teórico. Verificou-se, na fala de M, formas verbais destoantes que retornam da fala do outro para a dela, o que se interpretou como sendo a primeira posição da criança na estrutura, marcada pela dominância pela alienação da fala da criança à fala do outro. Na segunda posição, caracterizada pela dominância do movimento da língua na fala da criança, foram também identificados erros na fala de M. Alguns episódios apontaram a impermeabilidade de M à correção do erro pelo adulto. Verificou-se, como era do interesse do trabalho, que os verbos regulares e irregulares estão submetidos aos mesmos fenômenos, tanto na primeira quanto na segunda posição. De várias maneiras os erros de flexão verbal concederam ao investigador o privilégio de flagrar, na fala da criança, o ponto de "conversão do discurso do outro em discurso próprio" ao longo do processo de aquisição da linguagem, processo de subjetivação, conforme apontado pela teorização desenvolvida por De Lemos (1982 a 2002).

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