Resumo

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COMO NEGACAO A DOGMATIZACAO DA TEORIA: A CONTRADICAO...

ELZIRA YOKO UYENO

Orientador(a): Maria José Rodrigues Faria Coracini

Doutorado em Linguística Aplicada - 2002

Nro. chamada: T/UNICAMP - Uy3c


Resumo:
O objeto de estudo desta tese é o discurso do curso de formação continuada de Língua Estrangeira e Materna para professores do Ensino Médio e Fundamental, produzido em cursos de formação continuada na capital e em uma cidade do interior do Estado de São Paulo. De um paradoxo que envolve os curso de formação continuada, delimitou-se o tema do presente trabalho: a coexistência da submissão dos professores-alunos a novas teorias, veiculadas por professores-ministrantes em cursos de formação continuada, e de questionamentos, em meios acadêmicos, sobre a resistência desses professores-alunos a essas teorias. A hipótese norteadora deste trabalho é de que os professores-alunos dogmatizam as teorias, em virtude de esses cursos se realizarem sob um processo de transposição da mitificação acadêmica da teoria (Coracini, 1998: 34) e os enunciados heréticos desses professores, refutando a teoria, devem-se ao fato de o dogma pressupor a fé e esta, por sua vez, pressupor a dúvida. Metodologicamente, este estudo se baliza pela Análise do Discurso de linha ftancesa, pelo movimento de Desconstrução e por alguns conceitos da Psicanálise. Partindo do pressuposto da impossibilidade de se separar a constituição do sujeito da e seu discurso, assume-se um sujeito cujo dizer não lhe é transparente, em virtude de suas determinações sócio-histórica, por um lado, e psicanalítica, por outro. Esse arcabouço teórico interdisciplinar se faz necessário para que se possa atravessar os efeitos de transparência da linguagem, da literalidade do sentido e da onipotência do sujeito, investindo-se, enfim, na opacidade da linguagem (Orlandi, 1999). A análise demonstrou que, embora seja fortemente marcado pelo imaginário discursivo que constitui a fonte não apenas da dogmatização da teoria, mas de sua priorização logocêntrica, em detrimento da prática, o discurso produzido em aulas de curso de formação continuada permite a desconstrução desse logocentrismo. Tallogocentrismo se revelou concretizar pela reprodução de duas tradições gregas que se manifestam de forma inextrincável: a da teleologia da modelização e a da divisão social do trabalho. Observou-se que essas tradições são responsáveis pelos regimes de verdade que se constituem por meio dos procedimentos de apropriação e de distribuição do discurso científico, portanto, de sua legitimação como verdade e de seu acesso a alguns e de sua interdição a outros, produzindo a ligação desse discurso com opoder e com o desejo (Foucault, 1996: 10).Essa ligação se manifesta, na materialidade lingüística tanto das enunciações de professores-alunos como das de professores-ministrantes, sob a forma de contradições de duas naturezas: uma de ordem sócio-histórica, constitutiva desse discurso e outra, de ordem psicanalítica, constitutiva do processo de subjetivação desses enunciadores. Finalmente, tendo se consagrado à análise do discurso de cursos de formação continuada, enunciado por indivíduos moldados de forma a atenderem à nova ordem econômica, pelo uso de sua força de trabalho na distribuição do conhecimento científico, este trabalho aponta para a impossibilidade de se separar a constituição da subjetividade do professor-aluno da de professor-ministrante, assim como da constituição da prática da constituição da teoria

Palavras-chave: Professores - Formação , Subjetividade , Linguistica , Psicanalise - Discursos, ensaios, conferencias , Analise do discurso

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