Resumo

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FRONTEIRAS ENTRE FONETICA E A FONOLOGIA

ADELAIDE HERCILIA PESCATORI SILVA

Orientador(a): Eleonora Cavalcante Albano

Doutorado em Linguística - 2002

Nro. chamada: T/UNICAMP - Si38f


Resumo:
Esta tese discute uma questão em voga na literatura fonética atual, concernente à comensurabilidade de fatos presentes na fala: sabe-se que algumas alofonias tradicionalmente tidas como categóricas são, na verdade, gradientes, contínuas (para o inglês, vide Browman & Goldstein, 1990; Sproat & Fujimura, 1993; Huffman, 1997; Gick, 1999; para o português, vide Albano, Barbosa, Gama-Rossi, Madureira & Silva, 1998; Albano, 2001; Silva & Albano, 1999; ou o terceiro capítulo desta tese). Apesar de gradientes, tais alofonias não são aleatórias, mas condicionadas pela estrutura prosódica do enunciado no qual ocorrem. A estrutura prosódica, por sua vez e de alguma forma, mapeia informações sobre a estrutura sintática do enunciado. Assim sendo, as alofonias necessitam ser modeladas na gramática de uma língua. Surge daí a questão: em que nível da gramática colocar esses fatos, na Fonética ou na Fonologia? Colocá-los num nível fonético, como concebido tradicionalmente, seria insuficiente para capturar a relação entre os processos alofônicos e o nível prosódico que os condiciona. Colocá-los num nível fonológico, por outro lado, não permitiria captar a natureza gradiente dos processos, já que os modelos fonológicos têm por primitivos unidades categóricas, como argumento no segundo capítulo. A saída que se afigura viável é o tratamento desses processos à luz de modelos dinâmicos de produção de fala, como a Fonologia Articulatória (Browman & Godstein, 1986, 1990, 1992), porque a mesma se baseia numa unidade de tempo intrínseco, o gesto articulatório, o que toma direta a relação entre representação e implementação. Por conta dessa relação direta, nesse modelo, o nível fonético não está dissociado do fonológico; ao contrário, eles se fundem num único. Assim, proponho, no quarto capítulo, uma representação dos róticos, considerando os gestos articulatórios que os constituem. Porém, diferentemente da Fonologia Articulatória, assumo, baseada em Sproat & Fujimura (1993) e Gick (1999) que um segmento pode ser constituído por mais de um gesto. E, à luz da Fonologia Acústico-, Articulatória (Albano 2001) proponho uma representação para os róticos de início de palavra que considera que os gestos não se definem por conjuntos de articuladores, mas por regiões acústico-articulatórias e que as variantes dialetais são todas lexicalizadas, escolhendo o falante a variante mais adequada a um dado contexto prosódico

Palavras-chave: Fonetica , Fala

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