Resumo: Fundamentado na concepção de linguagem bakhtiniana e no conceito de leitura sócio-interacionista, este trabalho tem por objetivo investigar a relação entre a quantidade de leitura e sua compreensão, a partir da hipótese, oriunda do senso comum, de que quem lê mais compreender melhor. Para tanto, recorremos à metodologia semi-experimental, criando duas microcenas de leitura escolar (leitura de uma crônica e fazer uma pesquisa) e as aplicamos em 18 alunos de 5a série de uma escola particular de São Paulo. O número de livros lidos e anotados no Passaporte de Leitura dividiu os alunos em leitores assíduos (mais de 8 livros lidos no ano) e leitores não assíduos (1 ou 0 livros). A coleta de dados ocorreu gravando-se em K7 o protocolo verbal dos alunos durante a entrevista estruturada que guiou as microcenas. Analisando-se, de forma comparativa, os níveis de compreensão da crônica e as estratégias de leitura e manuseio da enciclopédia, concluímos que não há diferença significativa entre o desempenho dos dois grupos de leitores. Resultados positivos foram obtidos através de questões específicas que direcionavam o conhecimento. Como implicações pedagógicas, os resultados revelaram que o inventivo à leitura é um recurso necessário para a percepção da intertextualidade e recriação do texto, mas não é suficiente para chegar-se à compreensão, que requer a orientação do professor e de propostas específicas de ensino de leitura
Palavras-chave: Compreensão na leitura , Aprendizagem - Ensino de primeiro grau