Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar, no romance A Grande Arte (1983), de Rubem Fonseca, os traços (temáticos, estilísticos, etc.) que fazem essa obra aproximar-se e os que a fazem desviar-se da tradição do gênero policial, particularmente as características que se referem ao cômico e ao mito. Esses elementos, embora não sejam específicos da narrativa policial, marcam presença peculiar nesse tipo de texto (o aspecto mítico, por exemplo, compreende a imagem da cidade como labirinto). No romance aqui enfocado, tais componentes estabelecem com as narrativas policiais paradigmáticas relações tanto de aproximação quanto de desvio, as quais fazem de A Grande Arte mais que um romance policial singular.