Resumo

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PROCESSO DISCURSIVO E SUBJETIVIDADE

MARALICE DE SOUZA NEVES

Orientador(a): Silvana Mabel Serrani

Doutorado em Linguística Aplicada - 2002

Nro. chamada: T/UNICAMP - N414p


Resumo:
Nesta tese estudamos as representações da avaliação da oralidade na aprendizagem de inglês como língua estrangeira (LE) no ensino universitário público brasileiro, formador de professores de LE. Trata-se de uma abordagem transdisciplinar, que abrange questões e conceitos da Lingüística Aplicada, da Análise do Discurso e da Psicanálise. Nesta perspectiva, a subjetividade é constitutiva do discurso e os discursos são construidos sócio historicamente por sujeitos desejantes, descentrados, constituídos pela linguagem e envolvidos em relações de poder e interesses formativo/institucionais. Nesta heterogeneidade de sentidos, os sujeitos-professores tomam posições contraditórias nas avaliações da aprendizagem de seus alunos que são configuradas em gestos de interpretação porque atendem a demandas advindas de várias vozes do discurso, nesse caso, da ciência, da técnica, do jurídico e do político-transferencial. Após um breve panorama sobre o desenvolvimento do conceito de avaliação nas diferentes épocas e particularmente no ensino/aprendizagem de LE, apresentamos o nosso corpus a partir do discurso e da prática de professores e de alunos em fase final de um curso de Letras, quando se supõe que esse aluno é capaz de tomar a palavra em LE. Em nossa análise, utilizamos, dentre outras, a noção de "ressonância discursiva", isto é, recorrências expressivas que nos permitem depreender formações discursivas (FD), entendidas como regularidades enunciativas no domínio de saber estudado. Tendo em mente a compreensão de conceitos e processos envolvidos nas práticas avaliativas, partimos da tematização de elementos da avaliação oral tradicional, tais como a fluência e a pronúncia; do ideário de competência comunicativa/proficiência; da consideração da diferença entre saber e conhecer a língua; das reações ao erro; das correções entre colegas; e do aluno visto como fraco. Como resultado, depreendemos gestos que concorrem para configurar FD's que denominamos Inclusiva e Excludente, nas modulações que nomeamos Inclusão Incondicional, Inclusão condicional demandante e Perfeição excludente. A FD Excludente caracteriza-se por um imaginário de perfeição que exclui tanto a falta quanto a excelência do aluno. Em uma modulação que estabelecemos, o desempenho do aluno tem que ser perfeito, embora nunca máximo e o aluno dito fraco nem é percebido como presença. A FD Inclusiva se caracteriza pela aceitação da falta e pela inclusão do progresso do aluno, tomando relativo o seu desempenho. Nesta FD, foi possível observar duas modulações. Na primeira, nomeada Inclusão Incondicional, um progresso e a aprovação acima de uma exigência mínima abstrata são sempre conferidos a todos os alunos sem exceção. Na segunda, nomeada Inclusão condicional demandante, alguma demanda subjetiva dos alunos é atendida, embora condicionada aos objetivos científico/técnicos. Nela, o aluno pode alcançar a excelência, embora aqueles ditos fracos ainda sejam apontados através do rigor da nota que marca a desaprovação.

Palavras-chave: Linguistica aplicada , Analise do discurso , Psicanalise , Avaliação , Aquisição da segunda linguagem

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