Resumo: Neste trabalho, procuramos realizar a edição comentada de alguns dos textos jornalísticos escritos por António de Alcântara Machado para o jornal Diário da Noite, do Rio de Janeiro, entre 14 de agosto de 1934 e 05 de abril de 1935, quando o modernista, então dedicado à carreira política, exercia também a função de diretor do periódico, sendo responsável por seus editoriais. Foram recolhidos para nossa edição, que compõe o segundo volume, 109 textos, ainda inéditos em livro. Optou-se pela divisão temática e, no interior de cada uma das partes da edição, os textos obedecem a uma ordem cronológica. Segue-se, no final do mesmo volume, o índice onomástico. O primeiro volume é dedicado ao estudo dos textos reunidos. Uma vez que a temática política mostrou-se a mais freqüente, fez-se necessário tratar acerca do momento histórico-político vivido pelo Brasil no período em que António escrevia para o jornal carioca. A fim de que tal momento fosse melhor compreendido, voltamo-nos para acontecimentos importantes que o antecederam, como as Revoluções de 1930 e a Constitucionalista de 1932. O senso crítico do jornalista e intelectual do Modernismo, sempre preocupado em desnudar a realidade brasileira, revela-se nos textos recolhidos, sobretudo quando o autor se refere ao governo do presidente Getúlio Vargas. O paulista, voluntário da Revolução Constitucionalista, ao atacar a figura do presidente, defende a democracia e um governo apoiado na Constituição. Revela-se também, em alguns textos, a face do escritor literário. Aí, nota-se a presença de recursos próprios da ficção, os quais nos remetem ao António de "Gaetaninho" e "Carmela" e permitem mais uma vez visualizar, antes do político, o intelectual modernista, que não abandonou os ideais de renovação estética e da realidade nacional, típicos de sua geração