Resumo

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LINGUA PORTUGUESA PELO BRASIL, A

ROSANGELA MORELLO

Orientador(a): Eni de Lourdes Pulcinelli Orlandi

Doutorado em Linguística - 2001

Nro. chamada: T/UNICAMP - M815L


Resumo:
A constituição do discurso do saber sobre a língua portuguesa do e no Brasil se apresenta, de meu ponto de vista, inseparável dos modos de se compreender e nomear historicamente os processos de sua diferenciação. Mas quais são esses modos de significar essa diferença? E se é diferença, o é em relação a que unidade de língua? É disso que se trata esta tese. Tomando como corpus de textos de gramáticas, monografias e trabalhos historiográficos sobre a língua portuguesa no Brasil, abordo um conjunto de designações que organizam em grande medida os sentidos da diferenciação da e na língua - brasileirismo, regionalismos, provincianismos, popular, culto, regional, ..., - observando sua articulação a mecanismos discursivos que, ao se formularem na relação com os processos de diferenciação lingüísticos, sustentam a produção de sentidos sobre o saber lingüísticos e sobre aquele que o produz, ou seja, o sujeito do conhecimento, no Brasil. Logo se mostrará, em minhas análises, a contundência com que o vínculo histórico - ideológico da língua portuguesa brasileira com a língua portuguesa de Portugal atinge os modos de constituição do saber sobre a língua e a configuração da posição de autoria. A relação de diferença/igualdade com a língua portuguesa de Portugal implica uma injunção a uma dupla interpretação do sentido de unidade para a língua do Brasil que submete o autor e seus modos de (se) significar nessa diferença. Esse fato será particularmente visível na construção do texto normativo. Mas, ao mesmo tempo, ele determinará os sentidos mobilizados nas polêmicas de defesa ou não de uma língua brasileira, assim como entretecerá evidências a partir das quais se produzirá uma historiografia das idéias lingüísticas no Brasil. Veremos se potencializar, nesse trajeto de sentidos, discursos que deslegitimam o saber (de) brasileiro estabilizando-o numa relação de defasagem face a um ideal de ciência, atualizada em processos discursivos que contrapõem regularmente o imaginário de um saber - de brasileiros - impreciso, em vias de se fazer, a um outro estabilizado, pronto. Por meios dessas relações de sentido, constato a figuração de uma discursividade específica - o comentário - que constitui os sentidos do saber sobre a língua no Brasil, objetivando e qualificando a posição do sujeito que o produz. A essa discursividade chamo de escrita da autoria.

Palavras-chave: Gramática; História; Autoria ; Discurso

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