Resumo: O propósito desta dissertação é estudar, por via de um enfoque experimental, o acesso lexical de palavras morfologicamente complexas, apresentadas visualmente. A questão de interesse central relaciona-se a como as palavras morfologicamente complexas ? em especial, os verbos prefixados - estão representadas: as unidades de processamento correspondem à palavra integral, ou elas correspondem às unidades morfológicas constituintes (base e afixos)? Inicialmente procedeu-se a uma revisão bibliográfica, e em seguida uma série de experimentos foi planejada. Esse programa experimental foi parcialmente implementado, constituindo-se de dois experimentos (ao que se sabe, inéditos em Língua Portuguesa). No primeiro deles, replicou-se resultados tradicionais na literatura relativos à existência de efeito de priming semântico entre pares de palavras morfologicamente simples. Já no segundo experimento, trabalhamos o efeito de priming semântico com duas classes de verbos prefixados, os verbos prefixados transparentes e os pseudo-prefixados. No caso destas últimas, existe uma aparente prefixação formal, mas de fato esta palavra é uma outra unidade lexical semanticamente distante desta unidade analisada (por exemplo, requebrar nada tem a ver com quebrar). A comparação do comportamento dos sujeitos experimentais, numa tarefa de decisão lexical, frente a essas duas condições, permite estabelecer uma distinção no processamento de palavras que pode refletir diferenças de representação. Assim, conclui-se que as informações morfológicas têm um papel importante no acesso lexical