Resumo

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HAY VOCES QUE NO OIGO, EH...

VIRGINA SUSANA ORLANDO COLOMBO

Orientador(a): Marilda do Couto Cavalcanti

Mestrado em Linguística Aplicada - 2001

Nro. chamada: T/UNICAMP - Or5h


Resumo:
Este trabalho analisa o funcionamento de uma proposta comunicativa para o ensino de espanhol como língua estrangeira (ELE) quando há uma certa resistência do grupo à comunicação em sala de aula. As características idiossincráticas da interação dessa turma incidiram na forma de trabalho dentro de um curso tentativamente comunicativo. Nas aulas analisadas, as interações aluno-aluno mostraram-se raras e, quando se fizeram presentes, evidenciaramum relacionamento conflitivo. A presença marcante de determinados aspectos afetivos nas situações de interação foi decisiva para a determinação de uma perspectiva que permitisse dar conta da presença da afetividade no desempenho lingüístico. Essa perspectiva é respaldada pelas teorias de Vygotsk)' e Bakhtin. Das duas, que compartilham muitos elementos na visão do relacionamento entre afetividade e linguagem, privilegiou-se a teoria de Bakhtin, na medida em que permite uma abordagem da noção de contexto (i.e. uma localização sócio-cultural imediata), do papel do ouvinte na produção de sentido por parte do falante, do dialogismo presente na língua, e da interação verbal como lugar privilegiado de realização da língua. Ao mesmo tempo, outros elementos teóricos pertencentes à Sociolingüística lnteracional foram trazidos para compor o arcabouço teórico desta pesquisa. Dois conceitos goffmanianos revelaram-se centrais para a interpretação dos dados: a noção de face, que envolve os sentimentos que cada indivíduo experimenta a respeito de sua própria imagem do eu projetada num dado encontro social (assim como a respeito da imagem sustentada pelos outros), e a noção de equipe de representação, i.e., um grupo que se projeta como tal em relação a determinadas interações. A falta de entrosamento dentro dessa turma dever-se-ia precisamente ao fato de ela se apresentar como um modelo de equipes múltiplas, em que cada equipe projetou uma imagem diferente fundamentalmente em relação ao grau de conhecimento da língua espanhola. Os resultados deste trabalho devem ser foco de reflexões sobre o andamento e a viabilidade da abordagem comunicativa: mesmo existindo uma proposta de curso que possa oferecer tarefas de interesse aos estudantes, esta não assegura a disposição para se comunicar, ou, em outras palavras, o fato de um curso se basear em uma proposta comunicativa não determina por si mesmo que os participantes do curso se mostrem disponíveis à comunicação. Há outras questões, como as apontadas nesta pesquisa, relativas à própria organização social de cada turma e à afetividade de cada aprendiz em particular, que vão além da proposta de ensino comunicativo em si mesma e que podem incidir no seu funcionamento. Diante da falta de pesquisas que revisem de que modos está incidindo o afeto - a motivação, as atitudes- no funcionamento interativo da turma em sala de aula de um ponto de vista etnográfico, seria desejável observar o que acontece em outros contextos. Este tipo de análise poderia iluminar comuma nova compreensãoaspectosmuito pesquisadosa partir de outras perspectivasteórico - metodológicas

Palavras-chave: Lingua espanhola - Estudo e ensino - Falantes estrangeiros , Motivação na educação , Comunicação interpessoal , Analise de interação em educação

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