Resumo

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ORACOES DE TEMPO E CONDICAO NA FALA

ANGELICA TEREZINHA CARMO RODRIGUES

Orientador(a): Maria Luiza Braga

Mestrado em Linguística - 2001

Nro. chamada: T/UNICAMP - R618o


Resumo:
Neste trabalho, investigo as orações hipotáticas de tempo e condição presentes na fala de crianças em fase de aquisição de primeira língua. Na literatura consultada, há um consenso de que as orações temporais emergem na fala da criança primeiro do que as condicionais. Como sugere Slobin (1975), algumas noções, por serem mais salientes psicologicamente do que outras, são primeiramente desenvolvidas na infância. Os dados, no entanto, permitem afirmar apenas que as primeiras ocorrem em maior número do que as segundas. A justificativa, nesse caso, remete tanto a Givón quanto a Heine et alii. Tomando por base os pressupostos de Givón (1995), pode se dizer que as temporais representam estruturas não-marcadas, uma vez que são menos freqüentes. Nesse caso, é provável que tendam a ser, ao contrário das condicionais, menos complexas. Uma outra hipótese remete ao continuum de categorias cognitivas proposto por Heine et alii (1991), que defende que entidades mais concretas, como as que se referem a TEMPO, podem ser recrutadas para expressar noções mais abstratas, como CONDIÇÃO. Mostro, entre outros aspectos que, em algumas orações, é possível identificar uma superposição de significados temporais e condicionais, e que, em outras, essa possibilidade é, senão bloqueada, pelo menos, mais difícil. A correlação modo-temporal e o grau de hipoteticidade explicam, parcialmente, a intercambialidade entre noções temporais e condicionais. Para aferir o grau de integração dessas orações, utilizei as variáveis correlação modo-temporal, explicitude, correferencialidade e formas de expressão dos sujeitos. Em relação ao primeiro parâmetro, os resultados empíricos sugerem que as construções de tempo, por apresentarem tempos e modos idênticos tanto na núcleo quanto na temporal, estão mais integradas, e, portanto, mais gramaticalizadas. No que concerne aos outros parâmetros, parece haver uma inversão nos resultados. Casos de anáfora zero, que indicam um grau forte de entrelaçamento, foram registrados mais nas orações condicionais do que nas temporais. Todavia, em ambas estruturas, os sujeitos apresentaram os traços [- correferencialidade] e [+ explicitude], que indicam relações sintáticas mais frouxas

Palavras-chave: Lingua portuguesa - Sintaxe , Aquisição de linguagem , Sociolinguistica

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