Resumo: Esta dissertação visa a contribuir, ainda que modestamente, para uma nova ordem do discurso da avaliação sobretudo no que concerne à questão teoria/prática da avaliação nas escolas. Nossa hipótese é a de que, embora o discurso educacional sobre a avaliação emancipatória circule na instituição loeus de nossa pesquisa, como um regime de verdade, as práticas discursivas de sala de aula, especificamente as práticas discursivas de avaliação não refletem esse discurso. Para a verificação de nossa hipótese, analisamos o texto intitulado Sistemática de Avaliação e textos gerados em interações em aulas de Língua Portuguesa para o segundo e terceiro ciclos do Ensino Fundamental,tomando por base a perspectivada Análise do Discursode Linha Francesa. A análise do corpus nos mostrou que, no que tange ao discurso educacional sobre a avaliação, estratégias argumentativas são acionadas no intuito de legitimar a concepção de avaliação emancipatória e a provocar consenso na comunidade escolar sobre essa concepção. O discurso pedagógico da avaliação, todavia, em contraponto ao que apregoa uma concepção emancipatória de avaliação, através de mecanismos óptico enunciativos, mantém sujeito o indivíduo disciplinar. Vimos, ainda, que o professor, mediante o exacerbamento de políticas de afeto, coíbe a participação do aluno como sujeito enunciador. Por fim, pudemos perceber que em um sistema em que a aula se transforma em uma cerimônia de objetivação a fim de que o aluno possa ser avaliado, o foco do professor não está na avaliação do processo ensino-aprendizagem, mas na avaliação de micro-produtos.
Palavras-chave: Analise do discurso , Linguagem , Lingua materna - Avaliação