Resumo

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PERMANENCIA E (RE)ATUALIZACAO DO DISCURSO RACISTA EM...

JOUBERT CASTRO PEREZ

Orientador(a): Sírio Possenti

Mestrado em Linguística - 2001

Nro. chamada: T/UNICAMP - P415p


Resumo:
Esta dissertação toma como objeto principal de estudo o discurso racista presente nos provérbios que circul(ar)am no Brasil, tendo o negro como tema. Lançaremos num primeiro instante um olhar analítico sobre o funcionamento desse discurso nos provérbios, mas sempre e imediatamente reforçaremos a argumentação recorrendo às piadas que tratam do mesmo tema. Os provérbios, considerados popularmente como suporte da '"sabedoria das nações", da "verdade dos povos", guardariam mais afinidade com os objetos que concemem ao "sagrado" que ao "profano". As piadas, por outro lado, ocupariam o espaço do profano, do irreverente. Esta pesquisa buscará mostrar que tanto as piadas quanto os provérbios servem, na verdade, de suporte de discursos bastante reacionários, que estão longe de poderem ser considerados a verdade, ou a sabedoria. Depois das considerações iniciais do capítulo I, estaremos, no seguinte, discutindo alguns conceitos caros à AD, que julgamos úteis à pesquisa, como o de paráftase discursiva, formação discursiva, e interdiscurso, por exemplo. No capítulo lU, tentaremos desestabilizar alguns lugarescomuns que se construíram em tomo dos provérbios. No capítulo IV, veremos como o discurso racista produzido da perspectiva do branco seleciona fórmulas e/ou recursos lingüísticos diferentes cujo efeito é sempre o mesmo: a exclusão do negro. Consideraremos, ainda e principalmente, os diversos enunciados desse discurso que giram em tomo de núcleos semânticos representados pelos seguintes enunciados de base (EBs). No capítulo V, veremos como o discurso que decidimos chamar em nosso texto de discurso "de branco" encontra seu contraponto nos diversos enunciados que se reúnem em tomo dos enunciados de base que sintetizam o discurso da cultura negra. É nesse capítulo, ainda, que identificaremos a dissimetria radical - quantitativa e qualitativa - que parece caracterizar os dois discursos. Quantitativa, por causa do número expressivamente maior de enunciados do discurso produzido pela cultura branca; qualitativa, em virtude da ausência quase completa do traço [+ ataque] no discurso da cultura negra. E, finalmente, no capítulo VI, num movimento de análise inverso ao dos dois capítulos anteriores, tentaremos mostrar como o retomo do "mesmo" discurso põe em movimento as ftonteiras da formação discursiva, por acrescentar ao velho discurso um aspecto de novidade, de (re)atualização. Essa necessidade de enunciação do velho discurso sob novas formas funciona como a respiração de uma formação discursiva e não pode ser pensado sem a atividade do sujeito. Por isso, encerraremos o capítulo VI, tematizando o trabalho do sujeito.


Palavras-chave: Analise do discurso , Parafrase , Racismo na linguagem , Proverbios

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