Resumo

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ESPELHO DA NACAO: A ANTOLOGIA NACIONAL E O ENSINO..., O

MARCIA DE PAULA GREGORIO RAZZINI

Orientador(a): Marisa Philbert Lajolo

Doutorado em Teoria e História Literária - 2000

Nro. chamada: T/UNICAMP - R219e


Resumo:
Para entender a Antologia Nacional (1895-1969) de Fausto Barreto e Carlos de Laet, uma seleta escolar usada durante mais de setenta anos, foi feito um histórico do ensino de Português e de Literatura na escola secundária brasileira, tomando como referência os Programas de Ensino do Colégio Pedro II (escola secundária padrão) e a legislação vigente. Até 1931, a conclusão do curso secundário não era obrigatória para entrar nos cursos superiores, cuja seleção era feita pelos "Exames Preparatórios". Isto fez com que, na prática, o currículo do curso secundário ficasse dependente destes exames. Assim, até 1869 o ensino de Português era insignificante no currículo da escola secundária, onde predominavam as disciplinas clássicas, sobretudo o Latim. Depois de 1869, quando o exame de Português foi incluído entre os Preparatórios, houve a ascensão desta disciplina no Colégio Pedro H, cujo desenvolvimento, ainda que sujeito a variações, foi sempre crescente. A literatura nacional era ensinada no currículo de Retórica e Poética, disciplina exigida nos Preparatórios das faculdades de Direito até 1890, quando foi excluída dos exames e do curso secundário. Em seu lugar era ensinada a História da Literatura Nacional, cuja ausência dos Exames Preparatórios tirou-a também do curso secundário (1911). A Antologia Nacional (1895) nasceu logo após a Proclamação da República, quando novos ventos sopravam a favor da implantação de uma cultura nacional na escola brasileira, reservando ao ensino de Português e de Literatura o papel de representar a pátria. A organização da Antologia Nacional (oficialmente adotada nas aulas de Português) e seu sucesso editorial refletem o momento nacionalista e a centralização do ensino secundário a partir do Colégio Pedro II, cujos programas e compêndios tornaram-se referência legal para as demais escolas secundárias, públicas e privadas. Os autores e excertos (brasileiros e portugueses) selecionados na Antologia Nacional eram apresentados de forma moderna, divididos por períodos históricos (e não mais por gêneros), dispostos na ordem cronológica inversa, "do 19°ao 16° Século", privilegiando os brasileiros contemporâneos (já separados dos portugueses), por onde o estudo do vernáculo começava. A adoção compulsória (até 1930) e as sucessivas reedições (a última, a 43a edição, é de 1969) indicam que a Antologia Nacional foi um livro de leitura "intensiva" de várias gerações de brasileiros que passaram pela escola secundária. A pouca importância da literatura nacional no currículo secundário, resultado de sua ausência nos Exames Preparatórios, maximizou o papel da Antologia Nacional na transmissão e conservação da literatura brasileira, tomando-a representante da nação. As inclusões maciças de brasileiros contemporâneos e o deslocamento da Antologia Nacional para as séries finais do curso secundário, reforçaram seus laços com a literatura nacional, inserida no currículo de Português e nos exames vestibulares em 1943. A legislação de 1971 trocou o "bem falar e bem escrever" dos textos literários antológicos por uma profusão de textos de origens diversas que transmitissem a eficácia da comunicação e a compreensão da "Cultura Brasileira", sucateando a Antologia Nacional, até então difusora e reprodutora da "vernaculidade" brasi-lusa


Palavras-chave: Antologias , Ensino secundario - Brasil - Historia , Lingua portuguesa - Livros de leitura , Literatura e historia

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