Resumo

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ESPACO ENUNCIATIVO E EDUCACAO ESCOLAR INDIGENA:...

MARIA APARECIDA HONORIO

Orientador(a): Eduardo Roberto Junqueira Guimarães

Doutorado em Linguística - 2000

Nro. chamada: T/UNICAMP - H759e


Resumo:
Analisando o funcionamento do espaço enunciativo de contato, configurado pela política de educação escolar indígena, procuramos compreender o modo como as línguas e os sujeitos se significam na relação entre unidade e diversidade. Privilegiando urna perspectiva histórica para tratar a questão, elegemos os processos enunciativos de designação como lugar de observação, fundamentamo-nos na Semântica Histórica da Enunciação e em conceitos fundamentais da análise do discurso francesa. A designação é compreendida em nosso trabalho pelo jogo contraditório entre o mesmo (paráfrase) e o diferente (polissemia). Gesto de interpretação que reinscreve o outro no lugar do um. Lugar de deslizes possíveis, de projeção de outros enunciados. Considerando ainda que toda manifestação de linguagem é urna prática política, procuramos compreender a história de constituição de saberes sobre as línguas indígenas no Brasil, alicerçada na base de duas tecnológicas, a gramática e o dicionário. Mostraremos que a constituição deste espaço de produção lingüística criou certas condições para a implantação de uma política de ensino nas escolas indígenas, que teve no bilingüismo de transição urn modo de regulação de práticas multilingües. Traçando o percurso histórico da educação escolar indígena no Brasil, desde a época colonial, explicitamos o modo como os espaços enunciativos foram se organizado por diferentes práticas políticas, através da análise de processos enunciativos de designação, presentes nos Programas de Capacitação de Professores indígenas e em documentos óficias que especificam as línguas a serem ensinadas nas escolas indígenas. Notamos que, paralelamente a urna política de controle (do Estado), fundamentada em princípios integracionistas, foi se desenvolvendo urna política indígena de resistência a essa regulação. Não obstante, concluímos que, neste jogo contraditório, a dominância de urna política nacional regulada pela signo da unidade vem trabalhando a restrição do espaço multilingüe brasileiro em espaço bilingüe. Espaço de contato que, funcionando pelo imaginário "uma língua/uma nação", corre ainda o risco de se transformar, completamente, em espaço monolingüe: urn espaço dominado pela supremacia da língua nacional.

Palavras-chave: Semantica , Antropolinguistica , Bilinguismo , Indios - Linguas , Lingua materna

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