Resumo: Esta tese tem como objeto de estudo o Discurso Político Educacional (D.P.E.) em um recorte específico constituído pelos documentos curriculares de ensino de Língua Estrangeira (Inglês) no estado de São Paulo a partir da década de 80. Partimos da hipótese de que o D.P.E. se encontra atravessado pelo ideário de progresso que o coloca como veículo do bem social e da busca da verdade, o que se evidencia pela imbricação de relações de poder-saber. O arcabouço teórico-metodológico desta pesquisa se situa na convergência da Análise do Discurso de Linha Francesa e da Desconstrução que visa a proceder à análise da materialidade lingüística a partir das condições de produção. Pela análise concluímos que o funcionamento discursivo aponta para a existência de um jogo dicotômico que se constrói no eixo ausência versus presença (de progresso), atravessado pelo ideal de completude. O discurso se sustenta pela Ideologia Positivista que permeia as relações de poder-saber na Educação. Concluímos, também, que, apesar dos documentos focalizados veicularem mudanças e transformações em nível pedagógico e social, visando à inclusão dos excluídos, eles operam, na verdade, no sentido da manutenção das relações de poder-saber, promovendo, apenas, mudança dos mecanismos. Mas, como toda voz de poder traz o eco do contra-poder, verificamos, finalmente, formas de significação de resistência veiculadas pelas vozes dos professores. As conclusões satisfazem a nossa proposta de desestabilização do conceito positivista de progresso e sustentam uma postura pós-moderna que vê as transformações como pequenos pontos de ruptura
Palavras-chave: Linguistica aplicada , Lingua inglesa - Estudo e ensino , Lingua inglesa - Analise do discurso , Curriculos , Pos-modernismo