Resumo

Versão para impressão
ALTERNANCIA DE [EI]~[E] NO PORTUGUES FALADO NA CIDADE...

MARIA FRANCISCA RIBEIRO DE ARAUJO

Orientador(a): Maria Bernadete Marques Abaurre

Mestrado em Linguística - 1999

Nro. chamada: T/UNICAMP - Ar15a


Resumo:
Este estudo discute a monotongação do ditongo [eI] para [e] no português falado na cidade de Caxias (MA), à luz da teoria da variação (cf Labov, 1972, 1994; Sankoff, G., 1982; Sankoff, D., 1988; Tarallo, 1994a; Chambers, 1995; Mollica, 1998; Callou et alii, 1998 e outros) e das propostas recentes de interpretação fonológica dos ditongos/monotongos, segundo Bisol (1989, 1994) e Schane (1995). Procuramos neste trabalho responder às seguintes perguntas: (1) que fatores, lingüísticos e extralingüísticos, se correlacionam com a aplicação da regra de monotongação no dialeto em pauta? (2) como o fenômeno vem se implementando: via difusão lexical ou de modo regular, no espírito neogramático? e (3) qual modelo fonológico melhor daria conta do fenômeno em estudo? De acordo com Labov (1981, 1994), a monotongação é um fenômeno de mudança sonora que se implementa segundo regras Neogramáticas, isto é, que está associado a fatores estritamente fonéticos. Defende a hipótese de que a mudança afeta o segmento da palavra. Para Oliveira (1991, 1992, 1995, 1997), por outro lado, todas as mudanças sonoras se implementam via difusão lexical, afetando o item lexical e não parte dele. Esta pesquisa demonstra que, no tocante à monotongação do ditongo [eI] no dialeto de Caxias, não é possível decidir quanto à implementação desse fenômeno, pois, ao mesmo tempo, apresenta características que sustentam ambas as propostas. Outros trabalhos que examinaram o processo, tratando especificamente da descrição do mesmo (Paiva, 1996; Mollica, 1998), têm o considerado como motivado especificamente por fatores estruturais, sem exibir variação diastrática. O presente trabalho mostra que não são necessariamente os fatores estruturais os principais determinadores da aplicação da regra de apagamento do glide, fatores sociais e lexicais também são importantes na explicação da monotongação do ditongo [eI]. Mostra ainda que a regra apresenta diferenciação diastrática, podendo haver restrições quanto à modalidade padrão VS.não padrão. o modelo fonológico que dê conta do fenômeno em pauta ainda é muito obscuro. Notamos que a interpretação que Bisol (1989, 1994) faz dos ditongos/monotongos consegue dar conta da redução do ditongo em foco diante de palatais, mas é questionável a explicação dada para fenômeno diante de tepe ou vibrante simples. Com respeito à monotongação do ditongo [el] antes da vogal [a] (p.ex. em meia), nada é mencionado pela proposta. A Fonologia de Partículas, conforme Schane (1995), não deixa claro se o fenômeno é per si motivado pela duração silábica ou pelo segmento seguinte

. Rua Sérgio Buarque de Holanda, no 571
Campinas - SP - Brasil
CEP 13083-859

...

IEL - Based on Education theme - Drupal Theme
Original Design by WeebPal.