Resumo

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NAQUELA COMUNIDADE RURAL, OS ADULTOS FALAM "ALEMAO" E...

MARIA CERES PEREIRA

Orientador(a): Marilda do Couto Cavalcanti

Doutorado em Linguística Aplicada - 1999

Nro. chamada: T/UNICAMP - P414n


Resumo:
Com esse estudo etnográfico procurei apresentar aspectos relativos ao continuum oral/escrito em uma comunidade bilíngüe (alemão/português (brasileiro)), localizada na região oeste paranaense. Os resultados mostraram, que os membros daquela comunidade de fala usam um alemão dialetal próprio do grupo, que como língua da solidariedade usam o brasileiro e o português como língua da escola, que serve de "modelo" para a escrita, em geral de caráter mais oficial, (editais, atas, convites etc...). Sendo assim, evidenciou-se um contexto não somente bilíngüe, mas dialetal. A ecologia lingüística "permite" uma distribuição diglóssica de que se vale cada falante tendo em vista a rede de relação social a que se inscreve. Por outro lado, essa riqueza lingüística "provoca" conflitos de identidade étnico-lingüística levando as pessoas a ora de identificarem como "brasileiras", ora como "alemãs". O repertório lingüístico dos falantes (do alemão/brasileiro e do português da escola) se coloca em relação com as quatro habilidades do falar, ler, ouvir e escrever e estas são tomadas pelos membros da comunidade como parâmetro para medir proficiência de bom ou mal falante; ou como critério para julgar o que é saber ou não determinada língua (alemão no caso). Os resultados mostraram, ainda, que não é possível separar a escola (contexto micro) da comunidade (contexto macro), porque há uma inter-relação entre os "modelos de escrita" da escola e os que circulam pela comunidade. As crianças, por sua vez, porque participam dos eventos de letramento da comunidade, levam-nos para a sala de aula como auxiliares no momento em que desenvolvem tarefas escolares. Em termos das formas interacionais, evidenciou-se que o modelo apreendido nas famílias se reporta para a sala de aula refletindo-se na tomada ou não do turno por parte dos alunos. O professor, membro da comunidade, mostrou-se competente para lidar com a cultura própria do contexto e da própria sala de aula. Deve-se isso, à sua intuição, pois a formação não lhe ofereceu bases para trabalhar em contexto como esse. As crianças, por sua vez, têm conseguido promoção escolar muito mais por "descobrirem" as "respostas certas" do LD do que pelo conhecimento gramatical/escolar da língua portuguesa

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