Resumo

Versão para impressão
TRADUCAO E DIFERENCA: UMA PROPOSTA DESCONSTRUCAO...

CRISTINA CARNEIRO RODRIGUES

Orientador(a): Rosemary Arrojo

Doutorado em Linguística - 1998

Nro. chamada: T/UNICAMP - R618t


Resumo:
Este trabalho tem o objetivo de analisar como teóricos de duas grandes vertentes dos estudos da tradução empregam o conceito de equivalência e relacioná-lo às suas concepções de linguagem, de texto, de leitura e de tradução. As duas abordagens selecionadas são, por um lado, a dos que buscam sistematizar a equivalência e que fundamentam seu trabalho em teorias lingüísticas e, por outro, a dos que relativizam o conceito e apóiam suas teses na descrição de traduções literárias. Em primeiro lugar, analisam-se as propostas de lingüistas contrastivos, assim como as de Catford (1965/1980) e Nida (1964a, 1975/1982a, 1969/1982b). O exame revela que todos os teóricos, em lugar de definir o que é equivalência, subdividem o conceito em várias noções, tais como "equivalência dinâmica", "equivalência formal", "equivalência semântica", "equivalência textual" e "equivalência funcional", mas não chegam a criar uma proposta para estabelecer o que pode ser considerado equivalente. A segunda vertente analisada questiona o alcance das propostas fundamentadas na lingüística, rejeita a noção de equivalência enquanto um construto definido a priori a partir do texto original e define o pólo receptor como objeto de estudos. Examinam-se trabalhos de Lefevere (1992a, 1992b) e de Toury (1980), que pretendem estabelecer um novo paradigma para o estudo da tradução literária. A análise dos trabalhos evidencia que, apesar de aparentemente opostas, as duas vertentes partem de uma concepção abstrata de equivalência e do pressuposto de que uma tradução possa apresentar, em outra língua, os mesmos valores do texto de partida. Os trabalhos de Quine (1959/1966), Fish (1980, 1994) e Derrida (1972, 1967/1973), entretanto, desafiam a noção de que possa haver igualdade de valores entre duas línguas ou entre dois textos. Esse tipo de reflexão, ao salientar que os textos, a leitura e a tradução se constroem de. acordo com as circunstâncias, que os significados se atribuem em uma rede de diferenças e adiamentos e que os valores se constituem como uma função produzida pelo sujeito em consonância com convenções de uma comunidade sócio-cultural, leva a concluir que não há como determinar categoricamente valores, nem como reproduzi-los em outro sistema. Verifica-se que o conceito. de equivalência- de tradução está associado a uma concepção de linguagem em que os signos tenham valores fixos, a uma noção de texto com significados estáveis, recuperados pela leitura e pela tradução. Por outro lado, se se considerar que o texto de partida e a tradução se constituem de signos convencionais e arbitrários, ambos são produtos de leituras construídas contextual e socialmente, o que conduz à conclusão de que não podem manter uma relação de oposição, nem de equivalência, mas de suplementaridade

. Rua Sérgio Buarque de Holanda, no 571
Campinas - SP - Brasil
CEP 13083-859

...

IEL - Based on Education theme - Drupal Theme
Original Design by WeebPal.