Resumo

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(RE)CONSTRUCAO DE IDENTIDADES EM NARRATIVAS NA PRIMEIRA...

MARTA KERR CARRIKER

Orientador(a): Marilda do Couto Cavalcanti

Mestrado em Linguística Aplicada - 1998

Nro. chamada: T/UNICAMP - C235r


Resumo:
O objetivo desta pesquisa, baseada em narrativas na primeira pessoa, é investigar como algumas mulheres que se tornaram bilíngües (re)constróem suas identidades a partir dessa experiência. As participantes desta pesquisa são oito adolescentes e seis adultas, todas com a experiência de terem morado no Brasil e em outro país onde se fala inglês: Canadá, Estados Unidos ou Inglaterra, pelo período de pelo menos três anos. Dois pressupostos da pesquisa, baseados em S. Hall (1995b) são: 1) que no mundo atual a globalização funciona como força homogeneizadora, enquanto a politização das identidades promove a ênfase na diferença; 2) que ao construirmos uma narrativa sobre nossa experiência estamos interpretando a mesma dentro de um contexto presente, (re )construindo assim nossa noção de identidade. Para uma melhor compreensão desse contexto, foram incluídas na pesquisa notas em diário de campo baseadas em observação participante, além das narrativas, coletadas em áudio. O ponto de partida dessas narrativas foram três perguntas. A primeira - "Como você aprendeu a outra língua?" - poderia desencadear um relato de diferentes eventos, mas também estimulou a produção de comentários sobre como se aprende uma outra língua. A segunda e a terceira perguntas - "Como é sua experiência como pessoa bilíngüe?" e "Como ser bilíngüe influencia a pessoa que você é?"- incentivaram comentários sobre como essa transformação em pessoa bilíngüe influenciou a imagem que as participantes têm de si. Nesse caso, minhas perguntas determinaram a escolha de eventos relacionados à aquisição de outra língua, promovendo narrativas organizadas em tomo desse tema. Através dessa pesquisa, concluí que as bilíngües focalizadas (re)constroem suas identidades de forma ambivalente, apresentando várias imagens de si em suas narrativas. As imagens compõem um todo intricado e dinâmico. Quanto à identidade pessoal, todas afirmaram que haviam mudado a partir da experiência de terem se tornado bilíngues. Mas, ao mesmo tempo, disseram que continuam sendo as mesmas pessoas. Quanto à identidade nacional, afirmaram tanto um crescimento como brasileiras, quanto um distanciamento do Brasil. Quanto à identidade social, afirmaram participar de determinados grupos com certas pessoas, de tal forma que pessoas incluídas em um grupo, aparecem como distantes e excluídas quando outro grupo é mencionado, demonstrando tanto sua pluralidade quanto a heterogeneidade dos grupos. Nas suas narrativas apareceram diversas imagens a seu próprio respeito, correspondentes ao que pensam de si e ao que outros pensam delas, num jogo em que ora uma imagem sobressai, ora outra. Afirmaram, finalmente, que a convivência com outra língua, individualmente, e as lembranças sobre a vida "em outro mundo" é muito enriquecedora, embora possa causar dificuldades no relacionamento no dia-a-dia com monolíngues, que não conhecem esta outra realidade. A impressão é sempre de uma história inacabada, que continua a cada instante e que traz novas interpretações às experiências pesadas


Palavras-chave: Linguistica aplicada , Bilinguismo , Globalização , Identidade

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