Resumo

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RESISTENCIA DAS PALAVRAS: UM ESTUDO DO DISCURSO..., A

MARISA GRIGOLETTO

Orientador(a): Eduardo Roberto Junqueira Guimarães

Doutorado em Linguística - 1998

Nro. chamada: T/UNICAMP - G877r


Resumo:
Nesta tese, constituímos como objeto de investigação o discurso político britânico sobre a índia em um recorte específico que é o discurso produzido sobre a preparação da concessão da independência à colônia. Interessava nos compreender os efeitos de sentido produzidos por um discurso sobre a "transferência de poder" na constituição de formas de representação do eu (colonizador, governante), do outro (colonizado, governado) e da relação entre eles no interior de uma relação colonial, mas em um discurso que podemos denominar de "transição" pelo fato de antecipar uma nova configuração política que, supomos, desloca sentidos estabilizados em uma relação de colonização. O quadro teórico-metodológico no qual esta pesquisa está situada é a área de análise do discurso que postula que a linguagem é constituída sócio historicamente e estruturada por formações ideológicas e que os sentidos de u.m discurso se constituem no seu exterior, em outros discursos. A análise que empreendemos, do tipo semântico-enunciativa, toma o acontecimento enunciativo como lugar de observação dos sentidos de um discurso para nele compreender o funcionamento da língua na sua historicidade. Sob essa perspectiva, procura-se apreender as relações de um discurso com seu exterior constitutivo no sentido de que esse exterior tem modos diversos de se fazer presente e significar em um discurso determinado. Concluímos, em nossa análise, que a configuração discursiva que rege o discurso político britânico sobre a transferência de poder na índia caracteriza-se por fazer coexistirem sentidos contraditórios vindos de diferentes regiões do interdiscurso em um jogo entre dois opostos: aparentemente rompem-se os sentidos de um discurso colonialista por meio de "novas" formas de representação do eu e do outro (por exemplo, através de construções lingüísticas que remetem à igualdade, amizade e cooperação na relação entre britânicos e indianos), as quais são, no entanto, atravessadas por sentidos que invocam a memória da colonização e que são formuláveis somente no discurso colonialista. Nesse discurso, a configuração discursiva organiza as posições do sujeito enunciador e os funcionamentos discursivos de maneira a fazê-Ios significar de dois lugares políticos irredutivelmente contrários: o lugar do império e o lugar que reconhece o espaço da representação política

Palavras-chave: Analise do discurso , Semantica , Colonização

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