Resumo

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PAPEL DA SILABA E DA MORA NA ORGANIZACAO RITMICA DO JAPONES

ELZA TAEKO DOI

Orientador(a): Maria Bernadete Marques Abaurre

Doutorado em Linguística - 1997

Nro. chamada: T/UNICAMP - D684p


Resumo:
Este trabalho tem como objetivo definir o papel que a sílaba e a mora exercem no japonês, tendo em vista que nas análises dessa língua, as moras são consideradas unidades de ritmo e componentes da sílaba, mas as sílabas não são definidas em termos de ritmo. No desenvolvimento do trabalho, recorremos ao modelo de Fonologia Prosódica (Nespor e Vogel, 1986) e à Teoria Métrica de Acento (Hayes, 1995) para a determinação do domínio da palavra fonológica e do pé rítmico, tendo como base a noção de bimoraicidade desenvolvida por Bekku (1977) e Poser (1985, 1990). Os dados que são utilizados na análise consistem do português falado por japoneses e do japonês falado por brasileiros. Extraídos da fala de não-nativos, estes dados se caracterizam por sua natureza desviante em relação às realizações esperadas em falantes nativos, fornecendo, assim, elementos de interesse para a análise da sílaba e da mora como unidades rítmicas do japonês. A caracterização do ritmo do japonês baseada na isocronia das moras não define propriamente um ritmo lingüístico porque a isocronia não determina uma organização rítmica resultante de uma marcação regular de um elemento proeminente. O recurso ao pé troqueu moraico adotado neste trabalho trouxe uma compreensão da natureza da sílaba como uma unidade do pé que marca o ritmo da língua. No caso do japonês, comumente considerado como língua de ritmo de base moraica (mora-timed), com acento de altura, em que se conta apenas a duração das moras para a descrição do ritmo, a marcação da proeminência nas sílabas traz uma nova perspectiva para a organização do ritmo da língua. A sílaba pesada definida como acentuada (cf. Hayes, 1995) passa a ter um papel na prosódia da língua como uma unidade pé bimoraico, ocupando o mesmo status de um pé formado por duas sílabas leves, duas moras, independente do acento de altura. Com relação às moras plenas, podemos também dizer que, ao serem desvinculadas do acento de altura e incorporadas na unidade pé, adquirem um papel de portadoras de marcação forte ou fraca, definindo o seu papel como sílabas leves dentro do ritmo da língua. As sílabas são unidades constitutivas do pé e organizadoras das moras.

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