Resumo: Esta tese mostra a formação de um discurso sobre o léxico no Brasil, através da análise dos primeiros dicionários bilíngües e monolíngües. Apresenta-se uma história da lexicografia brasileira, levando-se em conta instituições, acontecimentos, teorias e o estabelecimento de uma língua nacional. Os inícios de um saber lexicográfico são visualizados em relatos de viajantes, na época colonial, em que emergem comentários pontuais sobre elementos lexicais e formam-se domínios temáticos. O enunciado lexicográfico é observado nas formas narrativas, descritivas e dialogais. Nos dicionários bilíngües português-tupí/tupi-português, elaborados pelos jesuítas, explicita-se um saber sincrônico que alia reflexão gramatical e enunciação da discrepância entre palavras e coisas na situação de uso. Na época imperial, examina-se a produção e edição de dicionários bilíngües promovida pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro com a finalidade de se construir e atestar uma história do Brasil. Mostra-se a inserção de uma dêixis histórica nos dicionários. Por fim, analisam-se enunciados definidores dos primeiros monolíngües do português, incluíndo-se, no Brasil, dicionários de regionalismos,de complementos e de brasileirismos
Palavras-chave: Analise do discurso , Lexicologia , Lingua portuguesa - Dicionarios