Resumo

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RODA DOS JORNAIS (E TEATROS): MACHADO DE ASSIS, ESCRITOR..,A

LUCIA GRANJA

Orientador(a): Vera Maria Chalmers

Doutorado em Teoria e História Literária - 1997

Nro. chamada: T/UNICAMP - G766r


Resumo:
Resumo: Escrever a crônica da semana parece ter sido uma tarefa que desafiou alguns de nossos melhores escritores, entre eles Machado de Assis. Desde o início da década de 60, período em questão nesse trabalho, o escritor ocupou-se semanalmente com a tarefa de transformar o dia-a-dia em notícia, mas não em notícia produzida simplesmente como informação, no calor da hora e do acontecimento. A crônica da semana, o folhetim-variedades, narrava os recentes fatos passados, tentando apanhá-los todos através de um só texto, do qual se esperava ainda, apesar da matéria repetida, que oferecesse leitura de interesse. Assim, se o leitor da crônica recebia em suas mãos as mesmas notícias que o próprio público produzira, as conseqüências disso para o escrito semanal relacionaram-se, em grande parte, à forma desse. Era necessário que se revestisse o acontecimento que já fora notícia, e que era novamente recapitulado pelo texto da crônica, de um interesse particular. A leitura do folhetim deveria, assim, tornar-se aprazível e arejada e, nesse sentido, cada folhetinista cuidou de desenvolver o seu estilo próprio para produzir esses efeitos. No caso de Machado de Assis, muitos são os recursos dos quais se serviu para "dar ao folhetim um tom de gracejo", o tom "brincão e galhofeiro" que ele requer. Ao devolver para o público as notícias que ele lhe oferecera, acrescenta o seu comentário irônico, as suas observações agudas, sobre a política por exemplo, o que cria no folhetim a "novidade", apesar do assunto já conhecido. Junte-se a isso o investimento na composição coesiva do texto e o desenvolvimento de um narrador que investe nessa tessitura a fim de compor um texto de interesse. De qualquer maneira, a escrita da crônica pressupõe a atenção à sua literalidade e a análise dessa particularidade revela interesse em relação ao conhecimento das técnicas literárias desenvolvidas por Machado, as quais demonstram o processo da formação do escritor. Paralelo ao envolvimento com o jornalismo, o jovem Machado esteve às voltas com o teatro, o qual, em seu parecer, poderia moralizar a sociedade. Assim, de sua crítica teatral e do próprio texto dramático, podemos extrair as idéias do escritor sobre Arte e Literatura e analisar alguns aspectos de sua dramaturgia. Se vimos como ele se move no texto de natureza mista, a crônica, resta-nos conhecer algumas das características de seu texto dramático, o qual, nesse momento, era contemporâneo à experiência do cronista.

Palavras-chave: Cronicas brasileiras , Jornalismo e literatura , Teatro brasileiro

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