Resumo

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PARA A DESCRICAO FONETICO-ACUSTICA DAS LIQUIDAS NO ...

ADELAIDE HERCILIA PESCATORI SILVA

Orientador(a): Eleonora Cavalcante Albano

Mestrado em Linguística - 1996

Nro. chamada: T/UNICAMP - Si38p


Resumo:
Esta dissertação visa a contribuir para o estudo das líquidas do português brasileiro (PB), através de sua descrição acústica. Como as líquidas oferecem dificuldades de produção para adultos e crianças, este estudo pode fornecer pistas para se conhecerem as causas dessa dificuldade. Pode ser útil também para sistemas de síntese de fala, que têm dificuldade em tratar tais segmentos, já que a própria Teoria Acústica de Produção da Fala ainda não modelou detalhadamente o trato vocal em casos de constrições complexas. Para estudar as líquidas, elaborou-se um experimento fonéticoacústico, contendo, no total, 77 logatomas, mono e dissílabos, oxítonos. Cada uma das líquidas do PB ([r], [r], [I] e [Á]) foi encaixada nesses logatomas, de modo que 21 deles contêm [r], [I] e [Á] em posição inicial de palavra, 28 contêm [r], [r], [I] e [Á] em posição intervocálica, 14 contêm [r] e [I] em posição final de palavra e outros 14 logatomas contêm [r] e [I] inseridos em grupos consonantais. As vogais tônicas, que se encontram na mesma _ílaba das líquidas, sucedendo-as, se alternam entre as sete vogais orais do PB. A pré-tônica, nos dissílabos, foi fixada em [a]. Todos os logatomas foram inseridos em frases-veículo e lidos por um informante paulistano, em cinco repetições. Como em outras línguas, a análise espectral das líquidas exige muito critério, pois elas têm, ao mesmo tempo, características vocálicas ê consonantais (retração do dorso da língua e obstrução parcial do trato vocal). No caso de [I] e [Á], é difícil distingui-Ias de vogais: são contínuas, a trajetória dos formantes é claramente visível, e a forma de onda lembra a de vogais. No caso de [r] e [r], fica difícil reconhecer uma estrutura formântica, já que são descontínuos, em decorrência de se caracterizarem por um momento em que a voz quase desaparece, para ser retomada em seguida. Os parâmetros acústicos medidos foram duração e freqüência dos três primeiros formantes de líquidas e vogais. Mediu-se a duração de transição a transição dos segmentos, e extraiu-se a freqüência dos formantes no ponto médio dos mesmos, utilizando-se os algoritmos Fast Fourier Transform (FFT) para as líquidas e Linear Predictive Coding (LPC) para as vogais. Uma análise estatística dos dados obtidos (que privilegia a relação das líquidas com o ambiente adjacente) permite dizer que há influência da natureza da vogal tônica sobre o segundo formante das líquidas, mais alto diante de vogais anteriores. A análise estatística revela ainda a influência das líquidas sobre a duração das pré-tônicas, que se tornam mais breves diante de [r] e [r] do que diante de [I] e [Á]. Os dados, portanto, indicam a existência de coarticulação antecipatória nas cadeias vogal-líquida-vogal. O efeito coarticulatório, atestado na literatura da área, talvez seja uma razão para as dificuldades de produção inerentes às líquidas. Além disso, alerta os cientistas de fala sobre a necessidade de considerar a coarticulação num sistema de síntese, sob pena de perda de naturalidade.


Palavras-chave: Fonetica - Analise espectral , Lingua portuguesa - Fonetica

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