Resumo: O presente trabalho, debruçando-se sobre pronunciamentos orais da Promotoria e da Defesa em uma sessão do Tribunal do Júri, estuda algumas características da linguagem jurídica, centrando-se na análise de paráfrases intra e interdiscursivas, considerando-se não só relações entre enunciados (matriz/paráfrase), mas também relações entre seqüências discursivas mais amplas. Levando em conta as cenas enunciativas próprias do ritual do júri e seus protagonistas, os interesses em que se engajam os locutores na defesa de seus pontos de vista, as seqüências parafrásticas são analisadas como produtos discursivos do projeto de dizer de cada locutor já que construídas não por relações biunívocas entre recursos expressivos, mas como forma de orientar argumentativamente, pela persuasão, os destinatários dos discursos proferidos. Neste sentido, defende-se que o conceito de "proximização", cunhado por Parret, é mais adequado para análises discursivas da paráfrase do que o reconhecimento da mera retomada do já dito, uma vez que na paráfrase sentidos outros são postos em circulação como se correspondessem a sentidos reconhecidamente já aceitos
Palavras-chave: Parafrase , Oratoria