Resumo: Este trabalho é uma investigação sobre a natureza do diálogo e suas possibilidades de ocorrência. Inicia-se por uma crítica a concepções de diálogo que o identificam com o processo de enunciação, ou que o condicionam a circunstâncias extralingüísticas. Em conseqüência dessa crítica, o diálogo foi definido como uma qualidade semântica da enunciação, que expressa o ponto de equilíbrio de poder da palavra no seu interior. Para caracterizar tal ponto, foi construido um modelo de enunciação, pelo qual se representam sua estrutura e dinâmica. Trata-se de um esquema que reproduz a articulação semântica do eu e do tu, a partir do contexto lingüístico que estabelecem, caracterizado como não-pessoa pela forma ele. A ocorrência ou não do diálogo decide-se na interação semântica dos dois níveis pragmáticos da estrutura triangular eu-tu/ele. Com base nesse modelo, foi possível desenvolver uma hipótese metodológica, a partir da qual constituíram-se instrumentos de análise. Para comprovar essa hipótese, realizou-se a análise de uma relação enunciativa e propuseram-se padrões possíveis de enunciaçao.

Palavras-chave: Dialogo