Resumo: Através do estudo da concordância entre o sintagma verbal e o sintagma nominal sujeito, em gravações da fala de dezessete adolescentes de nível sócio-econômico baixo, residentes em bairros populares de Salvador (BA) e concluintes da oitava série do Primeiro Grau, a pesquisa procurou verificar se a escola exerce influência sobre a linguagem oral. Para grupo de controle, foram gravados dezessete adolescentes, tambêm de nível sócio-econômico baixo, da mesma área habitacional, mas semi-alfabetizados. Todas as ocorrências de sujeito plural do corpus foram levantadas e um estudo comparativo foi estabelecido entre o grupo de informantes de oitava série e os adolescentes semi-alfabetizados, com base nas porcentagens relativas à aplicação da regra de concordância. Nesse estudo, utilizaram-se quatro variáveis lingüísticas - morfológica, estilística, posicional e constituição do sintagma nominal sujeito - e duas variáveis sociais: sexo e idade. O confronto entre os dois grupos de informantes mostra diferença acentuada entre eles, com porcentagens mais altas para o grupo de escolarizados. Considerando-se, entretanto, o comportamento das variáveis lingúísticas, com exceção da estilística, os dois grupos se identifcam quanto às tendências observadas. Os resultados referentes à variável estilística apontam para o grupo escolarizado maior condição de modificar a produção lingüística para atender a uma diferença de contexto, sobretudo entre os informantes mais velhos
Palavras-chave: Linguagem e cultura , Sociolinguistica