Resumo

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ROMANCE DA URBANIZACAO, O

FERNANDO CERISARA GIL

Orientador(a): Marisa Philbert Lajolo

Doutorado em Teoria e História Literária - 1997

Nro. chamada: T/UNICAMP - G37r


Resumo:
O trabalho que desenvolvo sugere que, no bojo do que a crítica e a história literária brasileiras chamam de romance de 30, irá surgir um tipo específico de narrativa que identifico como romance da urbanização. Este romance problematizaria em diferentes níveis de sua construção formal os impasses e as contradições da transição - sempre inconclusa - do Brasil agrário, rural, para um país em vias de urbanização e industrialização. Tempo, espaço, enredo e personagens vão rearranjar-se no sentido em que a coexistência e/ou a justaposição de duas formações sociais distintas, no plano da representação ficcional, irão solapar, num determinado grau, a estrutura do romance brasileiro real-naturalista. Trata-se, portanto, de um lado, de rediscutir a questão do romance enquanto gênero narrativo no contexto da história da literatura brasileira; de outro, paralelamente e por conseqüência, trata-se de analisar o romance da urbanização no contexto do Modernismo brasileiro e, no mesmo passo, reavaliar este período da nossa literatura à luz de certos pressupostos históricos e estéticos a partir da configuração do conceito de romance da urbanização. A meu ver, o romance da urbanização põe em suspensão uma das premissas básicas do Modernismo brasileiro em suas diferentes perspectivas, em particular, e da literatura brasileira, de um modo geral, desde o Romantismo, que é a formulação de projetos e/ou de sínteses fundadoras de identidades brasileiras, que têm nas noções de progresso e modernidade um dos seus elementos-chave. A "História inacabada" "o inacabado'" e o "inacabável" de nosso desenvolvimento histórico-social, para se usar as expressões de um sociólogo, vislumbrados na estruturação das obras que compõem o romance da urbanização, faz com que a História nacional deixe de ser vista como a "história da espera do progresso" elou como a formulação e concepção desse mesmo progresso e modernidade. Para tanto, detenho-me na análise de três textos: Os ratos (1935), de Dyonélio Machado; Angústia (1936), de Graciliano Ramos; e O amanuense Be/miro (1937), de Cyro dos Anjos. Mostro que a elaboração destes romances estiliza o impasse histórico, acima mencionado, que se formaliza com perspectivas, ainda que diferentes, complementares.

Palavras-chave: Literatura brasileira , Ficção brasileira , Modernismo (Literatura) - Brasil

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