Resumo

Versão para impressão
SINTAXE DO POSSESSIVO NO PORTUGUES BRASILEIRO

VICENTE CRUZ CERQUEIRA

Orientador(a): Mary Aizawa Kato

Doutorado em Linguística - 1996

Nro. chamada: T/UNICAMP - C335s


Resumo:
Neste estudo, analisam-se as formas possessivas no português brasileiro. Tomando-se as construções de posse como referência analisa-se a ocorrência dessas formas em duas posições, antes e depois do núcleo nominal a que se associa. Observa-se que a realização numa ou noutra posição dá origem a certas distinções semânticas. Esses fatos de sentido na distribuição do possessivo são tomados como indicação de que as posições não são simplesmente opções estilísticas, das quais o falante possa dispor conforme seu humor do momento; resultam antes da interveniência de diferentes fatores (traços morfológicos) presentes no sintagma nominal. Presume-se que o possessivo se origina na mesma posição de um possuidor que é realizado por um sintagma nominal pleno, que se realiza sempre pós-nominalmente. Trabalha-se com a hipótese de que os dois tipos de ordenação têm a mesma origem. A posição pré-nominal é resultado de uma operação de movimento que desloca a forma possessiva para uma posição hierarquicamente superior àquela ocupada pelo nome. A posição pós-nominal é interpretada como resultado do licenciamento in situ dessa forma, sujeito a certas condições especiais, que podem ser associadas à inserção da categoria que contém o possessivo numa estrutura "mais pesada" ou à natureza das categorias funcionais que participam da constituição da construção nominal inteira. O arcabouço teórico que norteia a investigação é a teoria gerativa, na vertente denominada de Programa Minimalista, apresentada mais explicitamente em Chomsky (1993; 1994; 1995), incorporando elementos do modelo de Princípios e Parâmetros. Nesse quadro, o sintagma nominal do português é visto como uma estrutura articulada, que inclui além do núcleo nominal duas categorias funcionais, numa combinação da Hipótese DP proposta por Abney (1987) para o inglês com a proposta de Szabolcsi (1983; 1994) para o húngaro. A categoria funcional D(eterminante) é atualizada pelos determinantes (artigos e demonstrativos). A outra categoria aloja em seu especificador a forma possessiva que ocorre geralmente na posição pré-nominal. Com base na flutuação do quantificador universal todos e do dual ambos e a extensão de considerações de economia para operações do componente fonológico, propõe-se que a relação entre possuído e possuidor se define inicialmente como uma construção do tipo mini-oração. Essa estrutura garante uma independência estrutural entre possuidor e possuído que permita derivar as várias ordens envolvendo quantificador, possuído e possuidor, conciliando a teoria de movimento como cópia e a proposta de linearização desenvolvida em Kayne (1994). Analisam-se também as nominalizações, distinguindo-se os deverbais de processo dos resultativos e dos não derivados. Constrando a relação do possessivo com esses dois grupos, com base no padrão de projeção apresentado em Chomsky (1994 - Bare Phrase Structure), observa-se que o possessivo se relaciona com o primeiro grupo de uma maneira diferente daquela como se relaciona com o segundo, que tem as características das construções de posse comum


Palavras-chave: Lingua portuguesa - Adjetivo , Gramatica comparada e geral - Sintaxe

. Rua Sérgio Buarque de Holanda, no 571
Campinas - SP - Brasil
CEP 13083-859

...

IEL - Based on Education theme - Drupal Theme
Original Design by WeebPal.